Somente em 2010, 1.936 inquéritos criminais investigados por agentes da Polícia Militar contra seus colegas fardados foram parar nos arquivos. O corporativismo é reprovado pelo próprio Tribunal de Justiça Militar, que condena a falta de empenho dos oficiais indicados para julgarem os casos envolvendo a classe. Existem, hoje, 864 processos aguardando julgamento.
Relatório anual elaborado pela Corregedoria da Justiça Militar aponta que 39% dos acusados não se dão ao trabalho nem de aparecer nas audiências. O dado, de acordo com o Tribunal, mostra a necessidade de melhorar a comunicação com as unidades militares responsáveis por fazer a apresentação do policial.
No ano passado, dos 340 julgamentos, só 156 acabaram em condenações.
"Os números sugerem que a investigação criminal está sendo mal utilizada, o que compromete a credibilidade da Justiça Militar, já que a imensa maioria das investigações acaba sendo arquivada", diz o documento.
Ao comentar o número de casos arquivados, o chefe de gabinete do Tribunal, coronel João Bosco da Costa Paz diz que "muitos processos estão sendo arquivados por causa de erros no decorrer do procedimento".
Já o corregedor da PM, coronel Hebert Fernandes Souto Silva, revela que, no mesmo ano de 2010, 1.672 denúncias chegaram até a corregedoria. Dos 6 milhões de ocorrências, o militar não soube precisar quantas delas se transformaram em inquéritos.
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