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Justiça iraquiana nega que execução de Saddam será sábado

29 Dez 2006 - 10h00
Os advogados de Saddam Hussein foram convidados a recolher os pertences pessoais do ex-ditador nesta sexta-feira, mas a Justiça iraquiana negou que a execução poderá acontecer já neste final de semana. Ainda não há data marcada para a execução de Saddam, que foi condenado à forca, mas o prazo estabelecido pela lei iraquiana para a morte do ex-ditador se esgotará em menos de um mês e as declarações oficiais são contraditórias.

Novos indícios de uma execução próxima foram divulgados hoje por um dos advogados de Saddam, que não revelou sua identidade: ele afirmou que o ex-ditador fora entregue ao governo iraquiano nesta sexta-feira. Até quinta-feira (28), o condenado estava sob a custódia das forças dos Estados Unidos.

Um porta-voz do Exército americano, no entanto, disse que não tinha nada a acrescentar à declaração de ontem de que Saddam continuava sob poder dos EUA.

O vice-ministro da Justiça do Iraque, Bosho Ibrahim, também negou que Saddam teria sido entregue para as forças iraquianas, indicando preparativos para a execução. "Isso não é verdade; ele continua com os americanos", afirmou Ibrahim.

O vice-ministro disse ainda que a afirmação feita por um oficial americano, que afirmou ontem que Saddam poderá ser executado neste sábado (30), é falsa. Ibrahim, que é responsável por implementar ordens da corte, declarou que não executará Saddam antes de 26 de janeiro do próximo ano.

Pertences pessoais

Khalil al Dulaimi, que liderou o time de advogados de defesa de Saddam até sua condenação em 5 de novembro, disse foi chamado hoje pelos americanos para "recolher os pertences pessoais" do ex-ditador.

Na quinta-feira, Saddam foi autorizado a se encontrar com dois de seus meio-irmãos, que também estão presos em uma base militar americana perto de Bagdá.

O Exército dos EUA e a embaixada americana que lidam com Saddam afirmaram que continuava valendo a última declaração emitida ontem, que afirmava que o ex-ditador permanece sob o poder dos americanos e destacava a necessidade de manter os preparativos para a execução em segredo por razões de segurança.

Apesar de estar legalmente sob a custódia do Iraque, na prática Saddam está sendo vigiado por tropas dos EUA. Os iraquianos são os responsáveis, também, pela execução do ex-ditador, mas provavelmente as forças americanas auxiliarão no processo devido ao temor de que oponentes do antigo regime transformem a sentença em um espetáculo público.

Enquanto o prazo oficial demarcado por regras do tribunal estabeleceu o prazo de 30 dias para a execução, oficiais iraquianos se negaram a afirmar categoricamente ontem que a data seria marcada dentro do período esperado.

Encontro na prisão

O advogado de Saddam afirmou que ele se despediu de dois meio-irmãos nesta quinta-feira, em um raro encontro na prisão. "Ele estava muito animado e claramente se preparando [para a execução]", disse o advogado de defesa Badie Aref.

Watban e Sabawi, irmãos do ex-ditador, também estão presos na base militar Camp Crooper, próxima ao aeroporto de Bagdá.

"Ele disse que está feliz por encontrar a morte pela mão de seus inimigos, se tornando um mártir, em vez de definhar na prisão", disse Aref.

Disputa

O processo apoiado pelos EUA no qual Saddam e outro de seus meio-irmãos, Barzan, ao lado de um antigo colaborador, foram condenados à morte pela forca no dia 5 de novembro gerou uma discussão entre facções rivais e entre Washington e Bagdá a respeito da data da execução.

"Não é da conta dos americanos a decisão de quando executá-lo", disse um dos ministros de Justiça nesta sexta-feira. Todos os réus foram considerados culpados da execução de 148 xiitas iraquianos após uma tentativa de assassinato do ex-ditador em 1982 na aldeia de Dujail, cerca de 70 km ao norte de Bagdá.

Nouri al Maliki, o premiê xiita do Iraque, havia dito que gostaria de ver Saddam ser executado por seus crimes ainda em 2006.

Para alguns sunitas, no entanto, a execução rápida de Saddam poderá reforçar a alienação da comunidade. Os curdos, por sua vez, querem esperar até que o ex-ditador seja condenado no segundo julgamento que enfrenta (por genocídio contra a população curda) antes de executarem o condenado.

O julgamento de Saddam por genocídio contra o povo curdo durante a Operação Anfal, nos anos 80, na qual morreram mais de 180 mil pessoas, está interrompido e deverá ser retomado no dia 8 de janeiro.

O código penal do Iraque --estabelecido por Saddam-- proíbe execuções durante feriados religiosos. O feriado de Eid al Adha, que acompanha a peregrinação anual em Meca, continuará até o dia 7 de janeiro. Ainda assim, oficiais nos EUA afirmam que Saddam poderá ser enforcado nos próximos dias.
 
 
 
 
 
Reuters

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