Os advogados de Saddam Hussein foram convidados a recolher os pertences pessoais do ex-ditador nesta sexta-feira, mas a Justiça iraquiana negou que a execução poderá acontecer já neste final de semana. Ainda não há data marcada para a execução de Saddam, que foi condenado à forca, mas o prazo estabelecido pela lei iraquiana para a morte do ex-ditador se esgotará em menos de um mês e as declarações oficiais são contraditórias.
Novos indícios de uma execução próxima foram divulgados hoje por um dos advogados de Saddam, que não revelou sua identidade: ele afirmou que o ex-ditador fora entregue ao governo iraquiano nesta sexta-feira. Até quinta-feira (28), o condenado estava sob a custódia das forças dos Estados Unidos.
Um porta-voz do Exército americano, no entanto, disse que não tinha nada a acrescentar à declaração de ontem de que Saddam continuava sob poder dos EUA.
O vice-ministro da Justiça do Iraque, Bosho Ibrahim, também negou que Saddam teria sido entregue para as forças iraquianas, indicando preparativos para a execução. "Isso não é verdade; ele continua com os americanos", afirmou Ibrahim.
O vice-ministro disse ainda que a afirmação feita por um oficial americano, que afirmou ontem que Saddam poderá ser executado neste sábado (30), é falsa. Ibrahim, que é responsável por implementar ordens da corte, declarou que não executará Saddam antes de 26 de janeiro do próximo ano.
Pertences pessoais
Khalil al Dulaimi, que liderou o time de advogados de defesa de Saddam até sua condenação em 5 de novembro, disse foi chamado hoje pelos americanos para "recolher os pertences pessoais" do ex-ditador.
Na quinta-feira, Saddam foi autorizado a se encontrar com dois de seus meio-irmãos, que também estão presos em uma base militar americana perto de Bagdá.
O Exército dos EUA e a embaixada americana que lidam com Saddam afirmaram que continuava valendo a última declaração emitida ontem, que afirmava que o ex-ditador permanece sob o poder dos americanos e destacava a necessidade de manter os preparativos para a execução em segredo por razões de segurança.
Apesar de estar legalmente sob a custódia do Iraque, na prática Saddam está sendo vigiado por tropas dos EUA. Os iraquianos são os responsáveis, também, pela execução do ex-ditador, mas provavelmente as forças americanas auxiliarão no processo devido ao temor de que oponentes do antigo regime transformem a sentença em um espetáculo público.
Enquanto o prazo oficial demarcado por regras do tribunal estabeleceu o prazo de 30 dias para a execução, oficiais iraquianos se negaram a afirmar categoricamente ontem que a data seria marcada dentro do período esperado.
Encontro na prisão
O advogado de Saddam afirmou que ele se despediu de dois meio-irmãos nesta quinta-feira, em um raro encontro na prisão. "Ele estava muito animado e claramente se preparando [para a execução]", disse o advogado de defesa Badie Aref.
Watban e Sabawi, irmãos do ex-ditador, também estão presos na base militar Camp Crooper, próxima ao aeroporto de Bagdá.
"Ele disse que está feliz por encontrar a morte pela mão de seus inimigos, se tornando um mártir, em vez de definhar na prisão", disse Aref.
Disputa
O processo apoiado pelos EUA no qual Saddam e outro de seus meio-irmãos, Barzan, ao lado de um antigo colaborador, foram condenados à morte pela forca no dia 5 de novembro gerou uma discussão entre facções rivais e entre Washington e Bagdá a respeito da data da execução.
"Não é da conta dos americanos a decisão de quando executá-lo", disse um dos ministros de Justiça nesta sexta-feira. Todos os réus foram considerados culpados da execução de 148 xiitas iraquianos após uma tentativa de assassinato do ex-ditador em 1982 na aldeia de Dujail, cerca de 70 km ao norte de Bagdá.
Nouri al Maliki, o premiê xiita do Iraque, havia dito que gostaria de ver Saddam ser executado por seus crimes ainda em 2006.
Para alguns sunitas, no entanto, a execução rápida de Saddam poderá reforçar a alienação da comunidade. Os curdos, por sua vez, querem esperar até que o ex-ditador seja condenado no segundo julgamento que enfrenta (por genocídio contra a população curda) antes de executarem o condenado.
O julgamento de Saddam por genocídio contra o povo curdo durante a Operação Anfal, nos anos 80, na qual morreram mais de 180 mil pessoas, está interrompido e deverá ser retomado no dia 8 de janeiro.
O código penal do Iraque --estabelecido por Saddam-- proíbe execuções durante feriados religiosos. O feriado de Eid al Adha, que acompanha a peregrinação anual em Meca, continuará até o dia 7 de janeiro. Ainda assim, oficiais nos EUA afirmam que Saddam poderá ser enforcado nos próximos dias.
Novos indícios de uma execução próxima foram divulgados hoje por um dos advogados de Saddam, que não revelou sua identidade: ele afirmou que o ex-ditador fora entregue ao governo iraquiano nesta sexta-feira. Até quinta-feira (28), o condenado estava sob a custódia das forças dos Estados Unidos.
Um porta-voz do Exército americano, no entanto, disse que não tinha nada a acrescentar à declaração de ontem de que Saddam continuava sob poder dos EUA.
O vice-ministro da Justiça do Iraque, Bosho Ibrahim, também negou que Saddam teria sido entregue para as forças iraquianas, indicando preparativos para a execução. "Isso não é verdade; ele continua com os americanos", afirmou Ibrahim.
O vice-ministro disse ainda que a afirmação feita por um oficial americano, que afirmou ontem que Saddam poderá ser executado neste sábado (30), é falsa. Ibrahim, que é responsável por implementar ordens da corte, declarou que não executará Saddam antes de 26 de janeiro do próximo ano.
Pertences pessoais
Khalil al Dulaimi, que liderou o time de advogados de defesa de Saddam até sua condenação em 5 de novembro, disse foi chamado hoje pelos americanos para "recolher os pertences pessoais" do ex-ditador.
Na quinta-feira, Saddam foi autorizado a se encontrar com dois de seus meio-irmãos, que também estão presos em uma base militar americana perto de Bagdá.
O Exército dos EUA e a embaixada americana que lidam com Saddam afirmaram que continuava valendo a última declaração emitida ontem, que afirmava que o ex-ditador permanece sob o poder dos americanos e destacava a necessidade de manter os preparativos para a execução em segredo por razões de segurança.
Apesar de estar legalmente sob a custódia do Iraque, na prática Saddam está sendo vigiado por tropas dos EUA. Os iraquianos são os responsáveis, também, pela execução do ex-ditador, mas provavelmente as forças americanas auxiliarão no processo devido ao temor de que oponentes do antigo regime transformem a sentença em um espetáculo público.
Enquanto o prazo oficial demarcado por regras do tribunal estabeleceu o prazo de 30 dias para a execução, oficiais iraquianos se negaram a afirmar categoricamente ontem que a data seria marcada dentro do período esperado.
Encontro na prisão
O advogado de Saddam afirmou que ele se despediu de dois meio-irmãos nesta quinta-feira, em um raro encontro na prisão. "Ele estava muito animado e claramente se preparando [para a execução]", disse o advogado de defesa Badie Aref.
Watban e Sabawi, irmãos do ex-ditador, também estão presos na base militar Camp Crooper, próxima ao aeroporto de Bagdá.
"Ele disse que está feliz por encontrar a morte pela mão de seus inimigos, se tornando um mártir, em vez de definhar na prisão", disse Aref.
Disputa
O processo apoiado pelos EUA no qual Saddam e outro de seus meio-irmãos, Barzan, ao lado de um antigo colaborador, foram condenados à morte pela forca no dia 5 de novembro gerou uma discussão entre facções rivais e entre Washington e Bagdá a respeito da data da execução.
"Não é da conta dos americanos a decisão de quando executá-lo", disse um dos ministros de Justiça nesta sexta-feira. Todos os réus foram considerados culpados da execução de 148 xiitas iraquianos após uma tentativa de assassinato do ex-ditador em 1982 na aldeia de Dujail, cerca de 70 km ao norte de Bagdá.
Nouri al Maliki, o premiê xiita do Iraque, havia dito que gostaria de ver Saddam ser executado por seus crimes ainda em 2006.
Para alguns sunitas, no entanto, a execução rápida de Saddam poderá reforçar a alienação da comunidade. Os curdos, por sua vez, querem esperar até que o ex-ditador seja condenado no segundo julgamento que enfrenta (por genocídio contra a população curda) antes de executarem o condenado.
O julgamento de Saddam por genocídio contra o povo curdo durante a Operação Anfal, nos anos 80, na qual morreram mais de 180 mil pessoas, está interrompido e deverá ser retomado no dia 8 de janeiro.
O código penal do Iraque --estabelecido por Saddam-- proíbe execuções durante feriados religiosos. O feriado de Eid al Adha, que acompanha a peregrinação anual em Meca, continuará até o dia 7 de janeiro. Ainda assim, oficiais nos EUA afirmam que Saddam poderá ser enforcado nos próximos dias.
Reuters
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