Aberta a pedido da coligação formada por PSDB e PFL, a investigação tem o objetivo de apurar a suposta participação de cada um no episódio do dossiê Vedoin. Se ficar comprovado o envolvimento de Lula, o presidente pode até ser declarado inelegível.
Em despacho de apenas quatro páginas, o corregedor determinou à Polícia Federal que realize perícia em dez dias no "numerário encontrado, especialmente as divisas norte-americanas, inclusive quanto a sua numeração, para saber de sua proveniência e época de confecção". No dia 15, foram apreendidos com Padilha e Passos US$ 248,8 mil e R$ 1,168 milhão. Há evidências de que o dinheiro seria usado para comprar fotos e documentos que supostamente vinculariam tucanos ao esquema sanguessuga.
"Tenho, pelo menos nessa primeira análise, por inegável a repercussão dos fatos narrados na inicial no processo eleitoral em curso", afirmou o corregedor, que mandou notificar Lula, Thomaz Bastos, Berzoini, Freud, Padilha e Passos, que a partir de agora já podem apresentar defesa. Além da perícia no dinheiro apreendido, Rocha pediu cópia integral do inquérito policial relativo ao episódio. O corregedor também determinou à Polícia Federal que mantenha o TSE informado sobre o resultado das diligências e investigações.
No pedido protocolado no TSE, o PSDB e o PFL acusam os petistas de abuso de poder político e econômico. Segundo a coligação, Thomaz Bastos teria agido para que fosse dado tratamento privilegiado aos interesses eleitorais de Lula em detrimento de Alckmin. Na opinião da coligação, a PF teria agido de forma parcial e dado tratamento privilegiado a Lula ao não permitir imagens do dinheiro apreendido.
A coligação argumenta que Berzoini, Padilha e Passos teriam atuado para obter o material do dossiê. De acordo com a coligação, Lula seria, "no mínimo, beneficiário das condutas dos demais". "No entanto, o envolvimento de membro de sua Secretaria Particular, ao que se diz de seu guarda-costas Freud Godoy, denota o seu possível envolvimento pessoal", sustenta a coligação.
Estadão
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