Apesar da melhoria da inserção dos negros no mercado de trabalho de 2004 a 2008, alguns indicadores não avançaram durante o período. Um deles é a jornada de trabalho, que permanece maior para os trabalhadores negros e pardos na comparação com os brancos.
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam jornada de trabalho mais intensa para os negros nas seis regiões metropolitanas analisadas para o estudo A Desigualdade entre Negros e não Negros no Mercado de Trabalho.
Em Belo Horizonte, a jornada média semanal dos trabalhadores negros é de 41 horas e a dos brancos de 39 horas. A diferença de duas horas também foi registrada em Recife, onde os negros trabalham em média 45 horas semanais e os brancos 43 horas. No Distrito Federal e em Salvador, a jornada média é de 42 horas para trabalhadores negros e de 41 horas para os brancos e em São Paulo, de 44 horas e 43 horas, respectivamente.
Porto Alegre é a única cidade em que o Dieese registrou a mesma jornada média para negros e não negros, de 43 horas semanais. No entanto, na análise por setor, os trabalhadores negros têm jornada maior que a dos brancos na prestação serviços e na construção civil.
No mesmo período, o nível de contratação formal aumentou nas regiões analisadas para todos os trabalhadores, mas em menor proporção para os negros, que ainda são maioria nas ocupações em que a ausência de proteção social é maior e os rendimentos menores. Na Grande São Paulo, por exemplo, 65,8% dos trabalhadores negros tinham contratos de trabalho formalizados em 2008. Entre os brancos, o percentual de trabalhadores na mesma situação era de 70,8%.
De acordo com o Dieese, os números ainda refletem “condições extremamente desfavoráveis dos negros na sociedade, especificamente no mercado de trabalho”.
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