Instrutores que prestam aulas em escolas de formação de condutores, estão ameaçando entrar em greve nos próximos dias. A categoria, que realizou ontem à noite uma assembléia, promovida pelo Sindicato dos Instrutores e Funcionários de Centro de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul (Sindif-MS), em Campo Grande, alega que teve os salários reduzidos por conta de cortes de comissões.
O presidente do Sindif-MS, Paulo Benites, explica que o piso salarial da categoria é de R$ 625,12, no entanto, esse valor é só para efeitos de registro em carteira profissional, porque, na realidade, eles acabam ganhando mais por conta das comissões.
Para se ter uma idéia, um instrutor de trânsito, categoria A/B (carro e moto) recebe uma comissão de R$ 4,00 pelas aulas ministradas através de "pacote", (aquelas em que o aluno define o seu plano inicial, geralmente com dez horas-aula). Caso o aluno precise de aulas excedentes, o instrutor recebe de comissão por essas aulas o equivalente a R$ 7,00.
Cada instrutor ministra em média, 10 aulas diárias, totalizando no final do mês, algo em torno de R$ 1.200,00. Contando ainda com os prêmios por atingir o índice do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), os proventos podem ser ainda maiores.
Paulo Benitez informou que o corte das comissões foram decididas depois que o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul (Sindcfc), realizou uma reunião no dia 15 deste mês com a classe e passaram oferecer apenas o piso salarial da categoria, reduzindo seus proventos em mais de 50%.
Na opinião de Paulo Benenites, a decisão foi tomada por conta dos novos instrutores recém formados pelo Detran que aceitaram a proposta de receber apenas o piso salarial. “São mais de duzentos instrutores recém formados pelo Detran que aceitariam esse salário, por estarem ansiosos para entrar no mercado de trabalho, forçando os atuais instrutores a pedirem demissão, perdendo dinheiro, inclusive na rescisão contratual”, destaca Benitez.
Diante da revolta dos profissionais, Benitez diz que a decisão por uma greve é certa, caso a classe patronal não volte atrás da decisão de permanecer pagando a comissão. A assembléia de ontem foi apenas para referendar a decisão da greve e encaminhar para o sindicato patronal. “Caso a resposta for negativa, vamos mobilizar a categoria para o estado de greve”, afirmou.
Benitez informou que no Estado são pelo menos 3.500 profissionais na ativa. Em Dourados são cerca de 300. “O objetivo é que o movimento atinja profissionais todas as cidades do Estado”, afirma o sindicalista.
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