Um pequeno município na região da Grande Dourados vive a euforia do progresso que começa a chegar a implantação da primeira indústria. Com pouco mais de 5.700 habitantes, Vicentina já sente os impactos positivos que a Central Energética Vicentina desencadeou. “Existem duas histórias do nosso município: uma antes, outra depois dessa empresa”, diz o prefeito Marcos Benedetti – o Marquinhos do Dedé - em uma definição do que a instalação da usina representou para a cidade. A movimentação econômica já fez surgirem novos pequenos comércios, como lanchonetes, o que significa muito para um município que é penúltimo do estado em arrecadação.
O governador André Puccinelli visitou no sábado (28) a empresa para fazer a inauguração oficial da planta industrial, que já funciona a pleno vapor, produzindo 400 mil litros/dia de álcool etílico carburante. “É uma satisfação ver empreendedores familiares ousarem, e, com dinheiro próprio, investir”, destacou André, falando aos empregados e aos empresários Edilberto e Carlos Meneghetti, que junto com o irmão José Wagner acreditaram no potencial da cidade sul-mato-grossense. “Contem conosco, apoiaremos sempre a ousadia, o empreendedorismo e àqueles que quiserem realizar, como vocês estão fazendo, pelo crescimento de Vicentina”.
A indústria foi viabilizada com o programa de incentivos fiscais do governo do Estado, e Puccinelli assegurou o mesmo respaldo para futura expansão. Edilberto Meneghetti não descarta ampliação da planta posteriormente. Por enquanto, a meta é a partir de 2011 começar a produção de açúcar, acreditando no bom mercado externo para o produto. Segundo o empresário, foram investidos em torno de R$ 45 milhões no negócio.
“A visão do governo estadual, ao editar legislação concedendo incentivos fiscais possibilitou a Mato Grosso do Sul acolher diversos investidores, inclusive internacionais, com o propósito de produzir etanol, uma energia limpa, exatamente quando o mundo reacende a questão da necessidade de redução de gás carbônico”, reconheceu meneghetti. O empresário disse que seu grupo empresarial aderiu com satisfação ao programa para produzir álcool, com a perspectiva de associar também o açúcar.
O investimento não foi somente no parque industrial, como na fundação de lavouras de cana-de-açúcar, fomentando essa cultura junto a outros agricultores. O empresário destaca o valor da iniciativa, que traz para a região prosperidade, empregos, renda, negócios, projetos sociais, uma vez que a atividade irradia uma série de segmentos comerciais e industriais, além do agronegócio. “Nos orgulhamos de participar desse processo iniciado e incentivado pelo governo do Estado, que fez com que a região retomasse o crescimento, qualificasse mão-de-obra, evitasse o desemprego, e melhor distribuísse a renda”, completa.
A estimativa da Central Energética Vicentina é que em torno de 400 empregos indiretos estejam sendo gerados, além dos 90 diretos. Nesse grupo estão trabalhadores como Cícero José dos Santos, que antes da indústria trabalhava sem contratação fixa em fazenda de gado. Em 2008, já conseguiu seis meses de contratação na usina, e, neste ano, já está há oito meses empregado.
Trabalhando na descarga de caminhões de cana no turno das 22h às 6h, ele conta que ganha mais que o salário mínimo que recebia na lida com o gado. “Um salário só não dava pra viver, a gente passava apertado”, lembra. A mulher, Maria José e dois filhos de Cícero foram com o trabalhador à inauguração, um dia de festa para os empregados. “Trabalhando por diária, como ele trabalhava, era difícil, porque às vezes tinha serviço, às vezes não tinha. Assim não dá para um pai de família”, diz Maria, agora orgulhosa do emprego do marido.
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