Pelo menos 50 dos 200 indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororo da Reserva de Dourados que trabalharam no corte de cana estariam há quatro meses sem receber. A denúncia foi feita na tarde de hoje ao douradosinforma pelo capitão Renato Souza, da Jaguapiru.
Souza alega que em julho deste ano um representante da usina Debrasa (Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool/Agrisul), conhecido apenas como “Cícero”, foi até a reserva contratar homens para o corte de cana.
Segundo ele, a negociação entre a usina e os indígenas é feita por um “cabeçante” que é o intermediário das duas partes e que na maioria das vezes é morador na aldeia. Cada “cabeçante” costuma arregimentar até 50 trabalhadores.
Para cada m² cortado de cana, o trabalhador recebe R$ 0,25. A remuneração é feita de acordo com a produtividade de cada um. Por isso o pagamento varia de R$ 300 até R$ 2 mil reais.
Além da falta de pagamento pelo serviço o vice-capitão da Jaguapiru, Naor Ramos, alega também que vários indígenas menores de idade estão sendo levados para trabalhar nas usinas, utilizando carteiras de trabalho adulteradas.
“Estamos preocupados porque menores de idade estão indo trabalhar nas usinas com carteira de trabalho adulteradas (...) eles alugam de pessoas mais velhas na aldeia e trocam apenas as fotos”.
O capitão Renato explica que muitas mães acabam reclamando para os capitães das aldeias já que não existe nenhum tipo de contrato com as usinas. Segundo ele, a responsabilidade da fiscalização é do Ministério do Trabalho e Emprego.
“O Ministério do Trabalho é responsável pela fiscalização e na verdade não é o que acontece (...) as mães vem sempre reclamar para mim, mas não adianta”, explica.
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