Um impasse entre o Brasil e a Argentina adiou a discussão sobre a venda de máquinas de lavar roupa brasileiras em território argentino. A informação foi dada pelo secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Márcio Fortes.
Segundo dados dos negociadores, o Brasil quer ter garantido para si 46% do mercado argentino de máquinas de lavar roupa, enquanto a Argentina oferece 35% do mercado apenas para os brasileiros. O Brasil estaria ainda interessado em uma porção (2% a 3% do mercado) dos outros 11% que a Argentina oferece a outros países que não o Brasil.
Os argentinos são cautelosos e preferem não falar em números, que devem ser apresentados na semana que vem. O governo argentino também quer fazer uma proposta para um período de seis meses e, depois disso, fazer uma renegociação.
Depois de mais de dez horas de reuniões, foi assinado o acordo que limita a importação de geladeiras e fogões fabricados no Brasil. Nos dois casos, o Brasil aceitou reduzir bruscamente o total de mercadorias enviadas ao país vizinho com a observação de que o país poderá aumentar as vendas caso as fábricas argentinas não consigam atender seu próprio mercado.
"Nosso objetivo é ajudar a recuperação da indústria argentina", afirmou Fortes.
Convite
Segundo o secretário, o Brasil deixou claro nos documentos assinados até agora que não permitirá que outros países ocupem o mercado que até agora vinha sendo utilizado pelo Brasil.
Fortes informou ainda que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, convidou o ministro da Economia, Roberto Lavagna, para se reunir com ele e com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no próximo dia 22 em Brasília.
Eles vão discutir a integração entre os países e tentar evitar possíveis disputas comerciais que já estão sendo previstas por autoridades dos dois governos.
Entre elas estão a importação de máquinas agrícolas e automóveis fabricados no Brasil que são vendidos na Argentina.
Fortes disse que o Brasil ainda está analisando juridicamente o decreto que está prestes a ser assinado pela Argentina impondo uma taxa extra de 21% para as televisões fabricadas na Zona Franca de Manaus no Brasil.
O acordo com os fogões estipulou que o Brasil enviará ainda este ano 33 mil unidades do produto para a Argentina.
No primeiro semestre do ano que vem, serão 47,5 mil. Para depois, há mais negociações previstas. A cota para geladeiras ficou fixada entre 20 de julho e 30 de setembro em 42,7 mil unidades. Os números são muito inferiores ao registrados nos últimos três anos.
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