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Brasil

Forças do Brasil ampliam medidas de segurança no Haiti

16 Out 2004 - 09h14
A brigada brasileira da Força de Paz da ONU no Haiti anunciou nesta sexta-feira que vai ampliar as medidas de segurança na capital do país, Porto Príncipe, em virtude do aumento da violência das últimas semanas.

De acordo com um boletim informativo divulgado pela brigada, seis medidas passaram a ser adotadas a partir desta sexta-feira, entre elas o patrulhamento aéreo da capital e o uso de blindados em patrulhas durante a madrugada.

Também nesta sexta-feira, a polícia do Haiti realizou uma operação em um reduto de simpatizantes do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide em Porto Príncipe.

Durante a operação, ocorrida no início da noite, os policiais invadiram a favela de Bel Air. Segundo testemunhas, foram ouvidos tiros, embora não se saiba ao certo quem os tenham disparado.

A operação encerrou um dia de tensão em Porto Príncipe, durante o qual simpatizantes de Aristide celebraram os dez anos do retorno do presidente ao país depois de ter sido afastado em um golpe de Estado, em 1991.

Embaixada

A embaixada americana na capital foi fechada, e os representantes dos Estados Unidos reiteraram a recomendação para que seus cidadãos deixassem o país.

O porta-voz interino das tropas brasileiras no Haiti, o coronel Luiz Felipe Carbonell, disse que boa parte do comércio fechou as portas, temendo atos de violência, e foram registradas pequenas manifestações na cidade.

O militar explicou por telefone à BBC Brasil que os últimos dois dias foram relativamente calmos na região de Porto Príncipe, onde cerca de 1,2 mil soldados brasileiros, integrantes da força de paz da ONU para o Haiti, estão estacionados.

"O comércio combinou uma greve, muito menos gente estava nas ruas, mas não houve grandes incidentes. No porto, mais de dez barcos descarregaram sem problemas", explicou Carbonell.

O militar disse que a operação da polícia haitiana foi o momento de maior tensão do dia, mas disse que "não tem notícias" de mortos ou feridos.

Desde o final de setembro, mais de 40 pessoas morreram em episódios de violência no Haiti, principalmente em Porto Príncipe.

Simpatizantes de Aristide --que deixou o poder em fevereiro e vive no exílio na África do Sul-- estão sendo culpados pelas mortes.

Mas, segundo Carbonell, o recrudescimento da violência no Haiti é resultado das expectativas frustradas da população nos últimos meses.

Frustração

"Havia uma expectativa de mudanças que foi frustrada nos últimos meses. No Haiti, as pessoas não têm perspectivas, há falta de empregos", disse.

"Em Porto Príncipe mesmo, há pessoas que passam fome. (...) e também há uma grande falta de policiais, que deveriam cuidar dos crimes comuns."

"Vai chegar um ponto em que não adiantará conversar. E nós não queremos recorrer à violência, porque a violência gera violência. Não podemos resolver os problemas da população", explicou, ressaltando que, até o momento, não foram registrados episódios de hostilidade contra os soldados brasileiros.

O coronel elogiou a iniciativa do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que nesta quinta-feira pediu que os países que prometeram contribuir com tropas para a força de paz da ONU no Haiti o façam com urgência.

Segundo Amorim, no momento a força de paz da ONU opera com menos da metade do número de soldados que foram prometidos (6,7 mil).

Rebeldes

Carbonell também explicou que, até o momento, as tropas brasileiras não se depararam com bandos armados dos chamados rebeldes que, até fevereiro, avançavam pelo interior do Haiti tomando diversas cidades, exigindo a saída de Aristide do poder.

Na quarta-feira, um líder dos rebeldes, Remissainthe Ravix, disse que essas pessoas, ex-membros das Forças Armadas do país, estavam se encaminhando para a capital para "impor a ordem" em Porto Príncipe --o que gerou temores de que eles iriam entrar em confronto com simpatizantes de Aristide.

"Eles (os rebeldes) não são mais um grupo ilegal. Foram legalizados e estão em negociações com o governo para receber seus soldos. O líder 'rebelde' está sendo chamado até de 'Comandante das Forças Armadas'. Se eles convocarem manifestações, estarão exercendo seus direitos como cidadãos", disse o porta-voz.

"Temos conhecimentos de que eles se juntaram em algumas cidades perto de Porto Príncipe, e há alguns que moram aqui na capital. Mas não testemunhamos pessoas armadas chegando na cidade, nem grupos armados ilegais."

"Não é do interesse deles (causar problemas), pois, agora que estão em negociações com o governo, não querem ser colocados na clandestinidade", concluiu.
 
 
Folha Online

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