O Plano Real não tinha por objetivo resolver todos os problemas do país. Sua meta era acabar com a inflação, que chegava então a mais de 2000% ao ano. A explicação vem de economistas que participaram do governo Fernando Henrique Cardoso e do próprio ex-presidente da República, ministro da Fazenda quando o plano foi implementado, há exatos dez anos.
“Não se pode esperar que uma estabilidade da moeda gere emprego, dê crescimento, baixe o juro. Não é a função de um plano desta natureza. Isso é função da política econômica, inclusive a minha”, disse FHC. “Não estou tirando o corpo fora. Podem criticar, mas as críticas não são ao Plano Real e sim à política econômica implementada”. As afirmações foram feitas ontem, durante o seminário “Desafios da Estabilidade da Moeda: Dez Anos de Plano Real”, organizado pelo jornal Valor Econômico, na capital paulista.
Segundo contou ontem, em seu discurso de posse como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, em 1993, FHC disse que o Brasil tinha três problemas: “a inflação, a inflação e a inflação”. “Temos que acabar com ela”, disse ter afirmado então. Segundo o então ministro, o governo estava “casado” com a inflação. “Era proveitoso para o governo, era uma fonte de recursos imensa, um imposto que as pessoas pagavam sem perceber que estavam pagando, e dava liberdade de manejar o orçamento livremente”, lembra Fernando Henrique.
Antes de acabar com a inflação, porém, era preciso “botar ordem na casa”, contou o ex-presidente. FHC e sua equipe partiram para duas negociações complexas: uma com o Congresso Nacional, para cortar 50% no orçamento corrente de 1993, e outra com os credores internacionais, uma vez que o país tinha estado em moratória. Feito isso, foi o momento de formatar o Plano Real, contou. “A fase intelectual foi fascinante”, sintetizou FHC, lembrando que havia discordâncias. “A aposta contra era total”.
Após nova e dura negociação no Congresso, foi aprovado o chamado Fundo Social de Emergência e proposta a URV (Unidade Real de Valor) como unidade de referência de transição para a nova moeda. A URV, que equivalia a Cr$ 2.750,00, vigora de fevereiro a junho de 1994. Em 1o de julho, finalmente, é implementada a nova moeda.
FHC avalia a implantação do Real e a estabilização da moeda como um corte na vida brasileira. “Esse corte não depende apenas das pessoas que estão com a faca na mão e querem cortar, depende de condições para cortar. Há momentos em que a sociedade permite, e às vezes exige, que mudanças ocorram. Nessa época, foi isto: um processo de mudança da sociedade, não da moeda”.
“Não creio que seja possível, a esta altura, voltar atrás, no sentido de resolver as aflições deixando a inflação correr solta. Acredito que a mudança tenha sido realmente grande em termos da mentalidade das pessoas”, afirmou. “Acho que o que precisamos agora é reforçar as instituições, o respeito às leis, é preciso fazer reforma no Judiciário, é preciso continuar as reformas iniciadas, a famosa reforma tributária”.
“Não se pode esperar que uma estabilidade da moeda gere emprego, dê crescimento, baixe o juro. Não é a função de um plano desta natureza. Isso é função da política econômica, inclusive a minha”, disse FHC. “Não estou tirando o corpo fora. Podem criticar, mas as críticas não são ao Plano Real e sim à política econômica implementada”. As afirmações foram feitas ontem, durante o seminário “Desafios da Estabilidade da Moeda: Dez Anos de Plano Real”, organizado pelo jornal Valor Econômico, na capital paulista.
Segundo contou ontem, em seu discurso de posse como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, em 1993, FHC disse que o Brasil tinha três problemas: “a inflação, a inflação e a inflação”. “Temos que acabar com ela”, disse ter afirmado então. Segundo o então ministro, o governo estava “casado” com a inflação. “Era proveitoso para o governo, era uma fonte de recursos imensa, um imposto que as pessoas pagavam sem perceber que estavam pagando, e dava liberdade de manejar o orçamento livremente”, lembra Fernando Henrique.
Antes de acabar com a inflação, porém, era preciso “botar ordem na casa”, contou o ex-presidente. FHC e sua equipe partiram para duas negociações complexas: uma com o Congresso Nacional, para cortar 50% no orçamento corrente de 1993, e outra com os credores internacionais, uma vez que o país tinha estado em moratória. Feito isso, foi o momento de formatar o Plano Real, contou. “A fase intelectual foi fascinante”, sintetizou FHC, lembrando que havia discordâncias. “A aposta contra era total”.
Após nova e dura negociação no Congresso, foi aprovado o chamado Fundo Social de Emergência e proposta a URV (Unidade Real de Valor) como unidade de referência de transição para a nova moeda. A URV, que equivalia a Cr$ 2.750,00, vigora de fevereiro a junho de 1994. Em 1o de julho, finalmente, é implementada a nova moeda.
FHC avalia a implantação do Real e a estabilização da moeda como um corte na vida brasileira. “Esse corte não depende apenas das pessoas que estão com a faca na mão e querem cortar, depende de condições para cortar. Há momentos em que a sociedade permite, e às vezes exige, que mudanças ocorram. Nessa época, foi isto: um processo de mudança da sociedade, não da moeda”.
“Não creio que seja possível, a esta altura, voltar atrás, no sentido de resolver as aflições deixando a inflação correr solta. Acredito que a mudança tenha sido realmente grande em termos da mentalidade das pessoas”, afirmou. “Acho que o que precisamos agora é reforçar as instituições, o respeito às leis, é preciso fazer reforma no Judiciário, é preciso continuar as reformas iniciadas, a famosa reforma tributária”.
Agência Brasil
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