Festival de Inverno de Bonito recebe o cantor Nando Reis

De tímido backing vocal dos Titãs ao posto de maior fabricante de sucessos musicais do país nos últimos tempos. Este é Nando Reis, o paulistano ruivo que literalmente está na boca do povo. O ex-integrante dos Titãs é a atração do 8º Festival de Inverno de Bonito no dia 2 de agosto, quinta-feira, juntamente com “Os Infernais”, seu afiado grupo de apoio formado por Carlos Pontual (guitarra), Felipe Cambraia (baixo), Diogo Gameiro (bateria) e o norte-americano Alex Veley (teclados).

A apresentação de Nando Reis e Os Infernais pode chegar a duas horas de duração, dependendo da empolgação do público e do astral da banda. Com tantos hits no repertório, é fácil prever que o show de Nando, marcado para as 23h na Grande Tenda, é daqueles em que se canta do início ao fim sem muito esforço. Principalmente porque o músico vai mostrar em Bonito o show baseado no CD MTV Ao Vivo - Nando Reis e os Infernais, com os maiores sucessos da carreira que começou aos 17 anos quando venceu um festival de sua escola.

O repertório reúne canções dos discos 12 de Maio (1995), Infernal... But There Is Still Shining Over Jalalabad (2001) e A Letra A (2003). Nando não deixa de tocar algumas inéditas também, como Pomar - feita aos 16 anos -, e Mantra - que no disco conta com vocal dos hare krishnas. Mas a curiosidade fica por conta das versões do músico para canções suas que ficaram famosas nas vozes de outros artistas. O ex-titãs já emplacou sucessos com Marisa Monte (Diariamente), Cidade Negra (Onde Você Mora), Skank (Uma Partida de Futebol), Cássia Eller (E.C.T?, O Segundo Sol).

Integrante do Titãs por 21 anos, Nando Reis nem precisava ter partido para a carreira solo em 2003. Já tinha colocado seu nome na história do rock nacional. Entre 1982 e 2003 o músico compôs verdadeiros hinos da juventude brasileira como Marvin, Querem meu Sangue, Pra Dizer Adeus, Homem Primata, Bichos Escrotos, Diversão. Aos 43 anos de idade é um dos poucos artistas do Brasil com tantos sucessos no currículo.

Além de compositor disputado entre intérpretes de MPB e bandas pop, Nando Reis se destaca como produtor. O primeiro disco de outro músico assinado por ele - em parceria com o titã Charles Gavin - foi de Vange Leonel, que emplacou nas paradas a canção Noite Preta. Em 1995 acertou em cheio ao produzir Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-rosa e Carvão de Marisa Monte. O auge como produtor veio em 1998, quando comandou o histórico acústico MTV de Cássia Eller. Com a morte da cantora no final de 2001 um tristonho Nando Reis faz no ano seguinte uma homenagem à amiga produzindo o álbum póstumo Dez de Dezembro.

Compositor, cantor, instrumentista, produtor, tricolor paulista doente, poeta. São muitos os adjetivos para definir Nando Reis. E é esta pluralidade ímpar que vai poder ser conferida no Festival de Bonito. Cegos do Castelo e Marvin estão garantidas no show. Assim como Relicário e All Star, imortalizadas por Cássia Eller, e a balada grudenta Do Seu Lado, lançada primeiro pelo Jota Quest.

Se não bastasse, Nando ainda convidou para participar do show a percussionista Lan Lan, que integrou a endiabrada banda de Cássia. Os ingressos na Grande Tenda custam R$ 12,00 e R$ 6,00 para estudantes e moradores de Bonito. Antes do show de Nando Reis e Os Infernais, às 20h, no palco Fala Bonito, na Praça da Liberdade, se apresenta o grupo O Bando do Velho Jack. Neste local o acesso é de graça.

Mídia Max