O otimismo das famílias brasileiras caiu em abril e atingiu o menor nível desde de outubro do ano passado. O índice no mês passado foi de 63,8 pontos-- o que ainda é considerado otimismo, na escala criada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e divulgada nesta quinta-feira.
Segundo o presidente do instituto, Márcio Pochman, as famílias brasileiras deverão passar a ter uma expectativa moderada em julho caso o otimismo continue em queda.
Para Pochman, o resultado do índice pode ser um indicativo de que as ações do Banco Central estão surtindo efeito no combate a inflação. "As famílias estão consumindo menos e menos otimistas. Para os que pensam que vivemos uma inflação de demanda, essa é portanto uma boa notícia", analisou.
A região Nordeste é a mais pessimista do país e já chegou ao estágio moderado em abril, com 59,3 pontos. É a primeira vez que uma região mostra expectativa moderada desde o início da divulgação da pesquisa em agosto de 2010.
O IEF (Índíce de Expectativas das Famílias) leva em consideração o que as famílias esperam da situação econômica do país, a sua condição financeira, suas decisões de consumo e seu nível de endividamento.
De acordo com o Ipea, a escala acima de 60 pontos indica otimismo; abaixo de 40, pessimismo.
ENDIVIDAMENTO
O IEF mostra ainda que, embora não tenha aumentado o endividamento das famílias, a capacidade de pagamento de contas atrasadas diminuiu. O indicador foi divulgado nesta quinta-feira pelo Ipea.
As famílias que disseram ter condições de pagar plenamente sua dívida caíram de 19,2%, em janeiro, para 16,8%, em abril. As famílias que disseram não ter condições de pagar a sua dívida aumentaram de 32,2%, em janeiro, para 38,6%, em abril.
A dívida média contraída por essas famílias também aumentou, passando de R$ 4.194,97, em março, para R$ 5.214,78, em abril.
O Ipea faz o levantamento mensalmente em 3.810 domícilios, em mais de 200 cidades.
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