Menu
sexta, 19 de abril de 2024
Busca
Busca
Brasil

Especialistas sugerem fim do regime aberto no sistema penal

27 Mai 2011 - 10h08Por Jornal Câmara

Especialistas em direito penal defenderam a abolição do regime aberto no Brasil.

Em audiência ontem na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, a juíza auxiliar da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro Ana Paula Filgueiras afirmou que esta é a primeira medida para evitar problemas de evasão de presos.

Como alternativa ao regime aberto, Ana Paula indicou a prisão domiciliar, em que os detentos seriam monitorados por meio de pulseiras e tornozeleiras eletrônicas.

“Esses equipamentos delimitam o perímetro em que o preso se encontra. Assim, o juiz poderá verificar sua localização, coisa que no regime aberto não é possível”, explicou.

Para o professor da Faculdade de Direito de Curitiba Maurício Kuehne, o regime aberto representa hoje um dispêndio desnecessário de recursos com casas de albergados, para onde os presos nesse regime devem se dirigir à noite.

Em substituição ao sistema, ele sugeriu a aplicação de penas alternativas. “Os crimes punidos com regime aberto, em geral, são de pequeno e médio potencial ofensivo. A prisão deve ser a última medida”, afirmou.

Já o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) Carlos Augusto Borges alertou para a insuficiência de casas de albergados. “Os presos acabam tendo de cumprir pena domiciliar ou se revezar em casas de albergados, locais que juntam quem cumpre penas progressivas e também quem cumpre penas menores. O regime aberto não disse a que veio.”

O deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que propôs o debate em conjunto com o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), disse que vai acatar a sugestão dos especialistas e apresentá-la à Câmara. “O regime aberto está totalmente falido. Não adianta perder tempo com ele”, declarou.

Rapidez

Na audiência, diversas outras medidas também foram apresentantes pelos participantes. O jurista Luiz Flávio Gomes, por exemplo, afirmou que, mais do que alterar a legislação penal, seria necessário modificar o paradigma da Justiça brasileira.

Em vez dos longos processos penais, ele recomendou a resolução de problemas por vias rápidas de julgamento e a aplicação de penas alternativas consensuais para combater com mais eficiência a criminalidade.

Gomes criticou o fato de a Justiça se basear em processos que levam à morosidade. “Temos de acabar com a tradição dos autos, do papel, é tudo muito ritualístico. Se você parte para um processo, parte para a luta. Ensinamos os estudantes de Direito a litigar, não a consensuar”, sustentou.

Segundo o jurista, casos de corrupção poderiam ser punidos com penas alternativas, como o bloqueio dos bens do réu, e não com cadeia. “Por que insistir em uma pena que é inútil para esse grupo? Melhor partir para outras vias mais rápidas”, defendeu. Ele afirmou, no entanto, que crimes violentos devem ser punidos sempre com cadeia.

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

VICENTINA - PROGRESSO
Prefeito Marquinhos do Dedé lidera avanço histórico rumo ao saneamento completo em Vicentina
Fátima Fest 2024
Agora é oficial Luan Santana divulga em sua agenda a data do show em Fátima do Sul no Fátima Fest
Ajude
Mãe luta por tratamento de filha especial e por sobrevivência dos outros filhos em Campo Grande
Saúde
Repórter Dhione Tito faz cirurgia no joelho e se diz confiante para correr atrás do boi de rodeio
Saúde
Professora de Campo Grande luta contra câncer em estágio avançado e precisa da sua ajuda

Mais Lidas

FOTO: REDES SOCIAISCULTURAMA DE LUTO
Culturama se entristece com a morte de Vanderleia Martins, CEIM divulga Nota de Pesar
FOTOS: SARA ARAÚJOFÁTIMA DO SUL E SUA HISTÓRIA
Documentário revela as histórias e encantos das ruas de Fátima do Sul
Entretenimento
Bruna Viola confirmada para se apresentar na 47ª Festa da Fogueira em Jateí, MS
Saúde
Professora de Campo Grande luta contra câncer em estágio avançado e precisa da sua ajuda
Simone trabalhava como psicóloga em Três LagoasPOLÍCIA CONCLUIU
Psicóloga morreu ao ser jogada do carro pelo próprio filho em rodovia de MS