O rio Dechatu inundou a cidade de Dire Dawa no sábado à noite, afogando e deixando presas várias pessoas que dormiam. O número de mortes vem subindo à medida que a polícia realiza operações de recuperação dos corpos.
"Estão mortas 199 pessoas, e temos outras 300 desaparecidas. Os números baseiam-se em relatos de parentes e de nossas autoridades", disse à Reuters o inspetor de polícia Benyam Fikru.
As operações foram suspensas durante a noite na cidade, localizada nas planícies do leste da Etiópia, a 525 quilômetros a leste da capital do país, Adis-Abeba. As buscas deveriam ser retomadas na segunda-feira.
As fortes chuvas nas áreas de montanha da Etiópia durante a temporada de junho a agosto costumam fazer com que os rios das planícies transbordem. Milhares foram tirados de suas casas nas chuvas deste ano, e a cheia mais recente em Dire Dawa destruiu ao menos 220 casas.
Na semana passada, o governo afirmou ter resgatado cerca de 15 mil agricultores de vilarejos das planícies, levando-os para áreas seguras.
Nas ruas, podia-se ouvir o choro de muitas pessoas que procuravam pelos desaparecidos ou escavavam os destroços em busca de seus entes queridos. A moradora Zeimeda Mohamed Hussein, de 35 anos, afirmou que as águas a acordaram no sábado à noite, mas não teve tempo de salvar sua mãe e seu filho.
"Quando acordei, vi minha casa cercada pela água. Tentei segurar meu filho e minha mãe idosa para levá-los a um lugar seguro, mas já era tarde demais. Eles tinham sido levados pela água", afirmou a mulher à Reuters. Os corpos dos dois já foram achados.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, visitou a área atingida, prometendo ajudar as vítimas das enchentes.
"Vamos prover ajuda emergencial na forma de alimentos e de assistência. E vamos garantir que as pessoas consigam uma nova casa o quanto antes", afirmou.
A Comissão de Prevenção e Prontidão para Desastres, um órgão do governo da Etiópia, fez um apelo por doações.
Alguns moradores culparam as autoridades locais pelo desastre e disseram que o número de mortos poderia ser duas vezes o divulgado oficialmente.
"Há muitas pessoas que ainda estão soterradas debaixo da areia", afirmou Mohamed Nur Ahmed, de 40 anos. "O número de mortos está errado. Ele pode ser o dobro disso."
Reuters
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