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Em 50 anos, não haverá mais peixes nos mares, diz estudo

3 Nov 2006 - 06h09
Um estudo divulgado nesta quinta-feira indica que não haverá praticamente mais nada para pescar nos oceanos até o ano de 2048, caso a atual taxa de mortalidade das espécies marinhas continue do jeito que está hoje.

De acordo com o levantamento, feito por uma equipe internacional de cientistas e publicado na revista científica Science, os estoques de pesca já caíram em cerca de 33% e a taxa de eliminação da biodiversidade marinha continua aumentando, segundo a BBC.

No entanto, os cientistas acreditam que ainda é possível reverter a previsão, caso sejam ampliadas as áreas de proteção.

"Nós exploramos os oceanos esperando e supondo que haverá sempre uma nova espécie para ser explorada depois que acabarmos completamente com a última", disse o cientista Boris Worm, da Universidade Dalhousie, do Canadá, que coordenou a pesquisa.

"O que estamos ressaltando aqui é que a quantidade de peixes nos mares é finita; nós já passamos por um terço, e vamos passar pelo resto".

Alerta
Outro cientista envolvido no projeto, Steve Palumbi, da Universidade de Stanford, também faz o seu alerta: "se nós não mudarmos fundamentalmente a forma como administramos o conjunto das espécies marítimas, este século será o último século com frutos do mar na natureza".

O estudo, do qual participaram cientistas de diversas instituições da Europa e das Américas, foi feito com base na análise dos índices de pesca em alto-mar, da pesca praticada em determinadas regiões costeiras e de experimentos feitos em ecossistemas pequenos e em outros onde a pesca é restrita ou protegida.

De acordo com o levantamento, em 2003, 29% das instalações pesqueiras em alto-mar estavam em estado de colapso, o que significa que a sua produção havia caído para menos de 10% do original.

Nem mesmo embarcações maiores, redes mais eficazes e novas tecnologias para encontrar peixes conseguiram aumentar o volume de pescados. Na realidade, houve uma queda de 13% no total pescado no mundo entre 1994 e 2003.

Registros históricos da pesca praticada em áreas costeiras da América do Norte, Europa e Austrália também revelam um declínio não só na quantidade de peixes, como em outros tipos de organismos marinhos.

O estudo também alerta que a tendência é que a perda da biodiversidade cause mais fechamentos de praias, inundações e disseminação de algas potencialmente nocivas.

Experimentos feitos em ecossistemas relativamente pequenos mostram que a redução da biodiversidade tende a gerar uma diminuição no tamanho e na qualidade dos estoques locais. Isso sugere que a perda de biodiversidade está por trás do declínio em estoques pesqueiros observado em estudos maiores.

Ao analisar áreas em que a pesca foi banida ou severamente restrita, os observadores concluíram que a proteção pode recuperar a biodiversidade naquela área e restaurar populações de peixes.

"A imagem que eu uso para explicar por que a biodiversidade é tão importante é que a vida marinha é como um castelo de cartas", disse Worm. "Todas as partes são integrantes da estrutura; quando você remove partes, particularmente na base, prejudica tudo que está no topo e ameaça a estrutura inteira."

Danos cumulativos
Segundo Worm, as espécies marinhas estão fortemente vinculadas umas às outras, "provavelmente mais do que na terra".

Em vez de atribuir os danos a uma atividade particular, como a pesca excessiva, a poluição ou a perda de hábitats, o estudo destaca os danos cumulativos dessas atividades.

Uma conclusão-chave, no entanto, é a necessidade de proteger mais áreas oceânicas.

Mas o diretor do programa marinho global, Carl Gustaf Lundin, diz que a extensão da proteção dos oceanos não é a única questão para conter a queda dos estoques.

"Você também tem de ter uma boa administração dos parques marinhos e boa administração das pesqueiras. Claramente, a pesca não deveria destruir o ecossistema. A pesca com rede de arrasto (que leva tudo que está no fundo do mar) é um bom exemplo de algo que destrói o ecossistema."

O especialista também defende a proteção da biodiversidade como forma de reverter o processo, mas Boris Worm, um dos autores do estudo, se diz cético quanto à vontade política para tomar medidas como estabelecer limites para a pesca.

Worm cita o caso da região de Grand Banks, no leste do Canadá, onde os estoques de bacalhau se esgotaram.

"Você tem consenso científico e nada acontece. É um exemplo triste; e o que aconteceu no Canadá deveria ser um aviso porque agora entrou em colapso e não volta".

Da mesma forma, diz o pesquisador, os alertas para disciplinar a pesca de bacalhau no Mar do Norte estão sendo ignorados.

 

 

Terra

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