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Dossiê fotográfico exibe caos em delegacias de MS

20 Jul 2010 - 13h08Por Mídia Max

Ao menos dois mil presos são mantidos em delegacias da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, sem estrutura carcerária, segundo relatório inédito preparado desde a segunda metade do ano passado pelo Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis). Diretores da entidade visitaram as unidades policiais e, por meio de registro fotográfico e relatos dos policiais, produziram um documento que expõe uma condição que ruma ao caos.

Na última investida do estudo, os diretores do Sinpol notaram que o alojamento dos policiais civis da delegacia de Sete Quedas, cidade distante 459 km de Campo Grande, ao invés de abrigar os escrivães e os investigadores em horários reservados para o descanso, viraram celas para os detentos favorecidos com o regime semiaberto.

Fotografias tiradas pelos dirigentes sindicais exibem uma série de falhas estruturais no alojamento. Uma delas: o local, antes construído para servir de abrigo aos policiais, possui janelas de vidros e não há distância dali para a rua. Isto é, se alguém quiser entregar uma arma ao detido, por exemplo, não terá obstáculo algum. Detalhe: perto do alojamento fica a cela dos presos que cumprem prisão em regime fechado.

Note trecho de um texto publicado no site do Sinpol, que retrata o risco de o alojamento ter sido transformado em cela: Outra preocupação é a possível integração desses presos semiaberto com os presos que cumprem pena em regime fechado. “Se o semiaberto conseguir receber algo pela janela, pode fornecer facilmente aos outros presos e não podemos ser responsabilizados por isso”, explicou um policial da delegacia. Até semana passada, a delegacia abrigava sete presos do regime semiaberto [condenados que cumprem penas somente à noite] e dez no regime fechado.

Ainda de acordo com o relatório do Sinpol, essa delegacia, em Sete Quedas, conta com apenas um investigador no período da noite. Um exemplo que deixaria o prédio desguarnecido: se houver uma batida de carro na cidade, por exemplo, é missão desse policial em seguir até a ocorrência. Acontecido isso, o investigador é obrigado e fechar a delegacia, registrar o caso e retornar.

Cerca de dois meses atrás, na delegacia da cidade de Costa Rica, que também possui cadeia, ocorreu uma situação que pôs em risco uma única investigadora que cumpria plantão à noite. Ela saiu para registrar um acidente e, ao retornar para a delegacia, as celas estavam vazias. Naquele dia ao menos 20 encarcerados escaparam após arrebentarem os cadeados das celas. No dia seguinte ao episódio, todo o efetivo policial da cidade, entre militares e civis, tiveram de recapturar os detidos.

De acordo com o Sinpol, os presos em delegacias deveriam ficar por lá por um período, até que seja acertada a transferência do detento para o presídio. Ocorre que, segundo a entidade, existe encarcerados já condenados, cumprindo pena em delegacias, condição ilegal, segundo a entidade.

De acordo com o comando do Sinpol, o levantamento nas delegacias não tem sido preparado como a intenção de denunciar o caos, mas, sim, o de “colaborar” com a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública). Até esta terça-feira, restava ao sindicato visitar apenas regiões, de Ponta Porã e a de Naviraí.

Na delegacia de Miranda, segundo a pesquisa, havia até pouco tempo detentos homens cumprindo penas perto das celas das mulheres.

As mulheres foram transferidas para a delegacia de Bodoquena, mas tiveram de ser reconduzidas de novo para Miranda. É que em Bodoquena, nenhuma empresa quis fornecer café da manhã, almoço e jantar, a um custo de R$ 8 diários pelas três refeições. Hoje, esse caso é tratado pelo DPI (Departamento de Polícia do Interior).

Material editado para acréscimento de informação às 11h46 minutos

Divulgação
Abrigo de policiais que virou cela de presos do regime semiaberto, na delegacia de Sete Quedas

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