O tom positivo no exterior permitiu que o dólar encerrasse em queda frente ao real nesta quarta-feira, mas o fato de a moeda americana já estar perto dos menores níveis em cerca de dois meses atraiu alguns compradores e impediu um recuo mais acentuado. O dólar fechou em baixa de 0,11%, a R$ 1,766 na venda, depois de cair 0,4% na mínima do dia.
Em março, a moeda americana acumula queda de 2,27%.
"O mercado está bem parado hoje, acompanhando basicamente lá fora e em compasso de espera para o (resultado do) Copom", disse Reinaldo Bonfim, diretor da Pioneer Corretora.
A principal influência para a baixa do dólar veio do exterior, onde prevalecia o apetite por risco alimentado pela decisão do Federal Reserve (FED, o banco central americano), na véspera, de manter o juro dos Estados Unidos baixo e ratificar a promessa de assim sustentá-lo por um período prolongado.
Nesse contexto, o dólar recuava ante uma cesta com outras seis importantes moedas no final da tarde. Outras divisas de perfil semelhante ao real, como o dólar australiano, também se apreciavam.
O dólar, no entanto, subia em relação ao euro, ainda refletindo o sentimento negativo com a divisa comum europeia diante dos problemas fiscais de alguns países do bloco.
Enquanto isso, as bolsas de valores em Nova York e o índice que reúne as principais commodities subiam no final da tarde. O principal índice de ações locais , porém, operavam no vermelho.
De acordo com Manoel Alvarenga, operador de câmbio da B&T Corretora, a queda do dólar à faixa entre R$ 1,760 e R$ 1,765 atraiu compradores, o que acabou brecando uma baixa mais intensa.
Ele também citou que o mercado esteve mais atento à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e preferiu não realizar grandes operações. O resultado da reunião será conhecido ainda nesta quarta-feira.
Fluxo e compras do BC
Dados do Banco Central mostraram pela manhã que o fluxo cambial no Brasil ficou negativo em US$ 1,542 bilhão em março até o dia 12.
Essa saída, somada às compras do BC de US$ 1,524 bilhão no período, levou os bancos a sustentarem quase US$ 1 bilhão em posições vendidas no mercado à vista.
"O que tem segurado uma queda maior do dólar é esse fluxo negativo. Mesmo assim, ainda vejo (a moeda norte-americana) em R$ 1,75 no curto prazo, com a possibilidade de mais entradas", disse Bonfim, da Pioneer Corretora.
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