A produção industrial brasileira cresceu 0,2% em janeiro ante dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Nos dois meses anteriores, a indústria havia tido queda na produção, de 0,8% em dezembro e de 0,1% em novembro. Em relação a janeiro de 2010, a produção aumentou 2,5%, na 15ª alta consecutiva.
"Mesmo com o crescimento em janeiro, as perdas acumuladas não foram devolvidas e a leitura que se dá é que a indústria se encontra num ritmo moderado nos últimos meses", disse a jornalistas, o economista do IBGE, André Macedo. "A moderação da indústria é por conta das importações numa magnitude importante que acabam afetando o setor industrial."
Economistas esperavam queda de 0,4% no mês e alta de 1,5% ante 2010, segundo a mediana das projeções, com as previsões variando de queda de 1,5% a alta de 0,2% na comparação mensal e de queda de 0,1% a alta de 3% na anual.
O dado de dezembro ante novembro foi revisado de queda de 0,7% para declínio de 0,8%. Apesar do resultado superior ao esperado, a pesquisa continuou mostrando um desaquecimento gradual da produção, de acordo com o IBGE.
"O índice acumulado nos últimos doze meses prosseguiu apontando expansão, mas com clara redução no ritmo de crescimento nos últimos meses: 9,4% em janeiro, contra 10,4% em dezembro, 11,7% em novembro e 11,8% em outubro", afirmou o instituto em nota.
Para Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos, "o dado não muda o quadro de economia crescendo em ritmo menor".
Bens duráveis crescem no mês
Entre os 27 setores, 15 tiveram expansão de dezembro a janeiro e 12 tiveram queda. Os setores que mais cresceram foram Material eletrônico e equipamentos de comunicações (+35,5 %), Metalurgia básica (+5,3 %) e Farmacêutica (+5,4%). Entre as quedas, os destaques foram Veículos automotores (-3,2%), Refino de petróleo e produção de álcool (-2,3%), Minerais não metálicos (-2,8%) e Bebidas (-2,4%).
Três das quatro categorias de uso avançaram na comparação mensal: Bens de consumo duráveis (+6,0%), Bens de capital (+1,8%) e Bens de consumo semi e não duráveis (+0,3%). Já a produção de Bens intermediários caiu 0,4%.
"Os bens de capital são uma sinalização importante para a expansão dos investimentos e da capacidade produtiva do país", disse Macedo.
Na comparação com janeiro do ano passado, 19 das 27 atividades tiveram crescimento, com maior contribuição do setor de Veicúlos automotores (+8,2%). A maior queda partiu do ramo Têxtil (-11,6%). Todas as categorias de uso subiram na comparação anual, com expansão mais elevada no segmento de Bens de capital (9,1%) e menos intensa entre Bens de consumo semi e não duráveis (0,8%).
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar