O senador Delcídio Amaral (PT-MS) subiu à tribuna do plenário do Senado, nesta segunda-feira, 21, para se defender das acusações de que o empresário Zuleido Veras teria pago o aluguel de um jatinho em abril passado.
Delcídio afirmou, em discurso, que não sabia que seu amigo Luiz Gonzaga Salomon recorreu ao empreiteiro Zuleido Veras para pagar o fretamento de R$ 24 mil do avião que usou em 4 de abril para ir ao enterro de seu sogro em Barretos, São Paulo.
O nome do senador aparece em uma das pastas pessoais de Zuleido Veras apreendidas pela Polícia Federal. "Graças a Deus, ele (Zuleido) não pagou o aluguel. O Gonzaga não comentou nada comigo. Eu jamais faria um troço desses", afirmou Delcídio Amaral no último sábado. Ele informou que conhece o dono da Gautama - apontada pela Polícia Federal como a maior beneficiada da máfia das obras e investigada na Operação Navalha - mas que não mantém contato com ele.
Em seu pronunciamento, Delcídio considerou "estranho" que apenas seu nome tenha vazado até agora da lista encontrada pela Polícia Federal na construtora Gautama.
"Não vão me pegar. Sei o que faço e os compromissos que tenho com a ética", disse ele. Delcídio apresentou na tribuna documentos que, segundo ele, comprovam que não fez nenhuma emenda ao orçamento para a construtora Gautama e nem recebeu dinheiro da empreiteira para nenhuma de suas campanhas.
O senador defendeu também a abertura de uma CPI para investigar as operações da Gautama.
Entenda a Operação Navalha
Foram presos 48 membros da organização pela operação. A expectativa é que a PF comece a tomar os depoimentos dos presos na segunda-feira, 21. Estima-se que a quadrilha tenha desviado R$ 100 milhões em um ano, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A organização já havia se estruturado para fraudar contratos e desviar verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O STJ determinou o bloqueio de contas e a indisponibilidade dos bens dos acusados.
Segundo a PF, o esquema foi iniciado pelo sócio-diretor da Construtora Gautama Ltda., Zuleido Soares Veras, preso na operação, que articulou uma rede de empregados, sócios e lobistas, que cooptavam funcionários públicos de diversos escalões nos níveis federal, estadual e municipal. A quadrilha atuava desde a aprovação até o pagamento das obras.
Estadão
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