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Brasil

Criadores de búfalos querem ganhar espaço

19 Ago 2004 - 10h11

Com mais de três milhões de cabeças, segundo estimativas não oficiais, o Brasil tem o maior rebanho de búfalos do Ocidente. Para aproveitar o potencial do país na produção de derivados lácteos e no abate de animais, os produtores nacionais estão intensificando ações para melhorar a qualidade genética desse rebanho, incluindo a elaboração de projetos que serão enviados aos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Agricultura.

O objetivo é estruturar a cadeia produtiva de leite e carne, conseguir suporte para pesquisas e manejo, criar linhas de financiamento para capacitação técnica e de pessoal, além de obter apoio para um cadastramento nacional do rebanho. "Há uma demanda potencial interna e externa para os produtos derivados de búfalo, mas é preciso organizar a cadeia e desenvolver técnicas adequadas ao país", afirma o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), Otávio Bernardes.

Segundo ele, o primeiro dos projetos que serão apresentados ao Ministério da Agricultura envolve o cadastramento nacional do rebanho bubalino do país. "Deveremos iniciar o cadastramento em novembro, durante exposição na Bahia. Esse levantamento terá apoio das associações estaduais e começará com ou sem o apoio do ministério", garante Bernardes. Um dos objetivos é "corrigir" as estatísticas do governo, que apontam um rebanho brasileiro de apenas 1,2 milhão de cabeças.

Cálculos da ABCB mostram que a receita potencial gerada com o abate anual de cerca de 23% do rebanho nacional é de R$ 800 milhões. O potencial de faturamento anual no caso da produção de leite (considerando um milhão de matrizes) é de R$ 1 bilhão. Apesar desses números, o segmento não trabalha com dados confiáveis. A razão está no grande número de laticínios informais e na venda de carne de búfalo como se fosse de boi.

Isso acontece em razão da maior alíquota de ICMS, que chega a 17% contra 4% do gado bovino em alguns Estados, e da falta de conhecimento do mercado sobre a carne de búfalo. Cerca de 90% dela, hoje, são comercializadas como sendo bovina. Alguns Estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia, já têm, contudo, produtos rotulados como de origem bubalina.

"O consumidor ainda prefere a carne de boi. Como praticamente não há diferença de uma para outra, muitos produtores acabam vendendo a carne de búfalo como sendo bovina", explica Bernardes.

O cadastramento do rebanho associado a uma campanha de marketing e conscientização serviria para regularizar a venda da carne. A integração com o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) também é uma opção para melhorar a qualidade dos dados.

Outros projetos envolvem o desenvolvimento de pesquisas de melhoramento genético do rebanho bubalino, além de questões relativas ao manejo, criação de núcleos regionais para capacitação técnica e de processos de produção de derivados lácteos, criação de linhas de financiamento para capacitação e processos produtivos; desenvolvimento de tecnologias para melhoria da produtividade industrial e a publicação de material específico sobre o tema.

Com apoio do governo, os produtores esperam exportar matrizes para outros países da América do Sul, como a Venezuela. "Por falta de protocolo sanitário não podemos exportar matrizes", diz.

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