Atraso, confusão, troca de provas, modificações no edital e muitas reclamações. Esse foi o resultado do concurso para agente de nível superior da Polícia Rodoviária Federal, realizado no último domingo. A prova, elaborada e aplicada pela empresa terceirizada Funrio, pode ser anulada devido às ações impetradas no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por candidatos e proprietários de cursos preparatórios. O parecer do MP será dado nos próximos dias. Enquanto isso, as mais de 100 mil pessoas que concorrem às 750 vagas (com salário inicial de R$ 5.238,94) aguardam apreensivas.
A confusão começou quando o Ministério Público Federal do Rio anulou, antes do exame de domingo (primeira etapa), a possibilidade de o candidato concorrer a vagas fora do estado em que fizesse a prova. Com a decisão, os concorrentes tiveram de disputar um lugar somente na unidade da federação marcada como primeira opção na inscrição.
A confusão começou quando o Ministério Público Federal do Rio anulou, antes do exame de domingo (primeira etapa), a possibilidade de o candidato concorrer a vagas fora do estado em que fizesse a prova. Com a decisão, os concorrentes tiveram de disputar um lugar somente na unidade da federação marcada como primeira opção na inscrição.
Estavam disponíveis vagas em todos os estados brasileiros, exceto Pará e Acre. O local que concentrava mais oportunidades de emprego era o Paraná (190 vagas). No Rio, haviam 30 disponíveis. Os candidatos pagaram R$ 100 de taxa de inscrição.
– Consideramos que havia uma irregularidade de duplicidade dos candidatos pelo fato de poderem concorrer a vagas em vários estados. Por isso, intervimos com a suspensão desse ponto do edital, fazendo com que o candidato esteja inscrito em apenas um estado – explicou o procurador da República Edson Abdon Filho, responsável pela anulação das múltiplas inscrições.
O procurador acredita que, até o final da semana, poderá dar um parecer, com a possibilidade de anulação, ressarcimento e punições à gestora do concurso, a Funrio.
– Estamos em fase final de análise de todas as denúncias e devemos ter novidades em um ou dois dias – informou Edson Abdon Filho.
Tumulto na Gama Filho
A maior parte das reclamações diz respeito a problemas na realização da prova na Universidade Gama Filho, em Piedade. O acesso ao local foi bastante prejudicado pelos incidentes de sábado, quando um helicóptero da PM foi derrubado por traficantes da Zona Norte e diversos ônibus foram queimados na região.
Um dos prejudicados foi o advogado e empresário Luis Eduardo Candeas, que saiu do Maracanã às 11h e só chegou à universidade às 13h, horário do início do exame.
– Muitas pessoas chegaram em cima da hora, outras se atrasaram e só tinha meio portão aberto, pois a organização estava temendo um tumulto maior – relata Eduardo.
Para agravar a situação, a organização trocou de sala a grande maioria dos candidatos, o que gerou corre-corre pela universidade.
– Estava marcado para eu fazer a prova na sala AR 205, só que, ao chegar lá, fui informado de que a minha sala seria a CS 105. Isso causou até desistências. Dos 30 candidatos da minha turma, 12 não compareceram – afirma Luis Eduardo Candeas.
Além da correria e atrasos, houve um protesto de 40 candidatos, que entraram na universidade por um portão diferente do previsto no cartão e tentaram “tumultuar” a prova, segundo a Funrio.
Procurada pelo Jornal do Brasil, a Funrio afirmou que irá se pronunciar em breve. Já a Polícia Rodoviária Federal informou que todas as falhas da prova são de responsabilidade da Funrio.
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