Um estudo realizado pela Unicamp sobre a distribuição de renda nas principais metrópoles brasileiras - tendo como comparação os anos de 1981 e 2002 - mostra que, além da queda nos rendimentos, o País ficou parado em termos econômicos, causando reflexos ruins na sociedade, como o desemprego.
A pesquisa "Brasil: Estagnação e Crise" mostra que, em 1981, pessoas com rendimento entre R$ 1.000,00 a R$ 2.500,00 representavam metade da população. Em 2002, o número caiu para 36%. Por outro lado, a pesquisa mostra que, no pior nível de rendimentos - abaixo de R$ 500,00 - o crescimento foi de 30,5% para 35,9%, passando de 36 milhões de pessoas em 1981 para mais de 61 milhões em 2002.
Caso as proporções de 1981 tivessem se mantido em 2002, a população de classe média atingiria 73 milhões de pessoas, ao contrário dos 61,9 milhões verificados. "Se esta proporção tivesse se mantido, teríamos 11 milhões a mais de pessoas na classe média. Como 11 milhões deixaram de participar dessa camada, encontramos uma parcela crescente de desclassificados", disse o pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Unicamp, Waldir Quadros.
Waldir atribui a este descompasso uma série de fatores vindos desde o final da década de setenta. Segundo ele, essa crise social se originou da estagnação econômica a partir deste período, o que ocorre até hoje. "O País ficou cada vez mais envolvido pela ciranda financeira, sendo que o ciclo atual é o de estagnação", falou.
Desemprego mais alto
O desemprego cresceu nos segmentos de trabalhadores com maior nível de escolaridade. O estudo verificou que caiu a participação de pessoas desocupadas que possuíam até o primeiro grau em 1981 e 2002. Por outro lado, aumentou a proporção de desempregados, em particular com 2º grau completo. Dos desocupados com rendimento familiar acima de R$ 5.000,00 em 2002, 72% possuíam o 3º grau. No entanto, esta participação era menor em 1981, onde 41,66% dos desocupados tinham o 3º grau.
Mas a pesquisa retrata que o grande impacto ocorreu com pessoas que possuem o 2º grau. Entre os desocupados, 38,24% possuíam o 2º grau em 2002, sendo que em 1981, este percentual era de 17,79%. Em relação às pessoas com diploma de 3º grau, 8,58% não tinham ocupação em 2002, contra 5,69% em 1981. Por outro lado, o número de desocupados caiu para os que têm o 1º grau, passando de 76,52% em 1981 para 53,18% em 2002.
Ainda assim, o levantamento mostra que a performance da desocupação acabou repercutindo diretamente nos rendimentos dos ocupados. A retração dos rendimentos acaba sendo maior entre as pessoas com 2º grau. Em seqüência, vêm aqueles que atingiram o 3º grau e, por fim, as pessoas com até o 1º grau.
Em 1981, 6% dos ocupados com 3º grau ganhavam R$ 2.921,43, sendo que em 2002, 11,26% tinham uma renda real de R$ 2.203,24, o equivalente a uma redução de 24,6% no rendimento. Mas a redução de renda foi maior entre os trabalhadores com 2º grau. Dos R$ 1.206,87 recebidos em 1981, o montante caiu para R$ 771,17 em 2002. Por outro lado, a queda é menor no contingente de pessoas com o 1º grau, passando de R$ 516,61 em 1981 para R$ 421,18 em 2002.
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