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Brasil

Chuva preocupa municípios produtores de soja no Estado

15 Mar 2011 - 10h54Por Globo Rural Online

A perda parcial da colheita da soja provocada pelas chuvas nos últimos dias em Mato Grosso do Sul está gerando apreensão em donos de lojas, mercados, revendas de automóveis, insumos e máquinas agrícolas em cidades que têm na soja o principal motor da economia – estima-se que entre 15% a 20% do lucro obtido na colheita são aplicados no comércio dos municípios produtores do grão.

Já há notícias de cancelamentos nas revendas de carros e máquinas agrícolas. “Geralmente as vendas são feitas para receber na safra”, afirma Maria do Carmo Nascimento da Silva, gerente da Associação Empresarial de Maracaju (Acema), cidade de 25 mil habitantes a 157 km da capital Campo Grande.

“Aqui tudo gira em torno da agricultura. Dentro de dois e três meses, vamos saber como o prejuízo nas lavouras vai refletir no comércio da cidade”, comenta a gerente da Acema. Há aproximadamente 1,2 mil empresas no município. O comércio local emprega quase 10% da população de Maracaju, segundo Maria do Carmo.

“O momento é de cautela e apreensão”, afirma Paulo Mazzochin, diretor da Bica D’Agua Materiais de Construção, empresa sediada e Maracaju. A chuva causa prejuízo no campo e na cidade, lembra ele. “A economia local depende da soja”, enfatiza. Para o empresário, ainda é prematuro dizer qual será o impacto dos revezes no campo no município, considerado o maior produtor de soja e aveia do estado.

 

Mais chuva:

 

A chuva também preocupa os produtores de São Gabriel do Oeste, a 135 km de Campo Grande. “O tempo continua fechado. A chuva que ainda está caindo não é de vento, mas é praticamente contínua”, conta Luiz Melo, diretor-executivo da Associação Empresarial de São Gabriel do Oeste (Acisga) de MS.

“Faz 22 anos que moro aqui e não vi nada igual no momento da colheita da safra como ocorreu agora. Chove há 12 dias” observa. Não há sinais de alagamento na área urbana, de acordo com Melo. O comércio local não foi afetado pelas chuvas, mas a economia vai sentir os efeitos dos prejuízos no campo. “Vai girar menos dinheiro na cidade nos próximos meses”, acrescenta.

Racionamento e desabastecimento estão descartados, porque a cidade está à margem da BR-163 e próximo à capital. O diretor da Acisga teme a continuidade da chuva, pois isso poderá agravar a perda no campo e nos negócios da cidade, que possui 700 empresas, sendo 90% delas micro e pequenas. A população local é de 23 mil habitantes.

 

Defesa Civil:

 

As chuvas que atingiram o estado este mês devem causar um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão às lavouras de soja, calcula a Defesa Civil. O valor é confirmado pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul) que avalia que outras culturas também serão afetadas. É o caso do milho que já deveria ter sido plantado no lugar da soja que não foi colhida por causa das enxurradas.

Segundo o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Ociel Ortiz Elias, as chuvas danificaram mais de 1,6 mil quilômetros nas rodovias do estado e atingiram 20 pontes. Há ainda quatro pontes que foram totalmente destruídas. De acordo com o coronel, as chuvas isolaram várias cidades e atrapalham a circulação interna nos municípios mais afetados. Milhares de crianças em Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti e Santa Rita do Pardo estão sem aula por causa da falta de transporte.

O problema nas estradas agravou a situação dos indígenas que passam fome no centro sul do estado. De acordo com Conselho Missionário Indigenista (Cimi), cerca de 13 mil famílias de índios na região de Dourados estão sem receber as cestas básicas. “Isso já estava atrasado por causa da burocracia e, agora, com as chuvas, estão sem perspectivas”, disse o coordenador do Cimi, Egon Heck. Dezessete municípios estão em situação de emergência em Mato Grosso do Sul. 

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