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Brasil

Centrais defendem mínimo de R$ 420; ministro fala em R$ 375

9 Nov 2006 - 14h14
As principais centrais sindicais brasileiras decidiram hoje que vão negociar com o governo o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 350 para R$ 420 no próximo ano, com antecipação do pagamento para março.

O reajuste, de 20%, seria maior do que o concedido no ano passado, quando o mínimo subiu de R$ 300 para R$ 350, ou 16,6%, uma das maiores altas da história. Em 2005, no entanto, as centrais pediram alta de 33%, de R$ 300 para R$ 400. Cerca de 25 milhões de brasileiros recebem um salário mínimo por mês, entre eles 16 milhões de aposentados.

Horas depois o governo sinalizou que novamente a proposta inicial das centrais não será aceita. O ministro Luiz Marinho (Trabalho) disse em Brasília que o governo vai discutir um valor próximo ao que consta do Orçamento de 2007 enviado ao Congresso, que é de R$ 375.

'O que devemos discutir com as entidades é o que está em torno da proposta orçamentária e buscar interagir da forma que fizemos o ano passado e o ano retrasado', disse o ministro, que prevê reuniões com as centrais até o final do ano.

Ele também afirmou que o mínimo de R$ 375 repõe a inflação e que nos últimos anos os aumentos já levaram a uma recuperação do valor do salário, mas que entende que os sindicatos busquem agregar um ganho real a essa recomposição.

Em reunião de representantes da CUT, Força Sindical e CGT, em São Paulo, as centrais sindicais também decidiram que vão defender uma correção de 7,77% para a tabela do Imposto de Renda no próximo ano.

O percentual da correção, segundo as centrais, equivale à defasagem da tabela do IR em relação à inflação durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. As centrais apontaram, ainda, defasagem de 39,52% durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso.

'Para negociar o mínimo vamos realizar reuniões nos Estados no dia 29 e, em 6 de dezembro, vamos nos reunir em Brasília', disse João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário da Força.

Neste ano, no entanto, haverá uma marcha muito mais discreta do que as realizadas nos anos anteriores, sem carreatas partindo de outros Estados. Em compensação, as centrais decidiram fazer uma mobilização unificada.

O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que a reivindicação do mínimo de R$ 420 pode ser atendida pelo governo. 'É preciso colocar na pauta do país o crescimento da economia e, quanto mais distribuição de renda tiver, mais a economia estará em desenvolvimento', disse.

Lula ainda não se manifestou oficialmente sobre as duas questões, que são bastante sensíveis para a classe média (no caso do IR) e para os mais pobres (caso do salário mínimo).

O presidente, entretanto, tem feito promessas de cortar gastos e aumentar investimentos. Por esse motivo, o mercado financeiro espera um reajuste para o mínimo bem menor neste ano que em 2005.

O Congresso também está dividido. Senadores e deputados da Comissão Mista Especial de Salário Mínimo aprovaram ontem enviar um projeto de lei que propõe que o mínimo suba para R$ 400 a partir de março --antecipando em um mês o reajuste, que neste ano saiu em abril.

Já a Comissão de Orçamento vai analisar projeção do governo de que o mínimo deverá subir para R$ 375 no próximo ano, uma alta de 7,14%.

O salário mínimo atual, de R$ 350, é capaz de comprar 1,91 cesta básica. O índice é parecido com os verificados no início da década de 70. nas décadas de 80 e 90, houve desvalorização e, em 1994, o salário mínimo chegou a comprar apenas 1,01 cesta básica.

Se o reajuste de 20% ocorrer, em valores atuais, o salário mínimo de R$ 420 será capaz de comprar 2,3 cestas básicas. A última vez que tal relação foi observada foi em 1968.

 

 

Folha Online


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