No entanto, Chabula evita comentar os aspectos mais mórbidos e polêmicos da execução. Ele quase não cita a figura de Saddam nem os detalhes do dia de seu enforcamento. A música tem como título "Acabou a função", e explora palavras e expressões como "filme", "roteiro" e "cai o pano de fundo", dando dão a entender que, para ele, o julgamento e a condenação foram uma montagem.
O único toque de humor negro é um paralelismo entre a execução de Saddam e o sacrifício, no mesmo dia, de milhões de carneiros no mundo todo para comemorar o Aid el-Kabir, a festa do Sacrifício no Islã. "Por assim dizer um sacrifício, no Aid foi degolado", diz Chabula em sua canção, sem o tom mordaz de outras de suas composições.
Chabula ficou famoso no mundo árabe em 2000 com "Odeio Sharon, amo Amre Moussa", lançada quando a segunda "intifada" palestina estava no auge. A música falava sobre Moussa, secretário-geral da Liga Árabe, e o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. Mais tarde cantou sobre a Guerra do Iraque e a queda de Saddam, mas o tom de suas canções já tinha sido "domesticado" para não se afastar muito da linha oficial egípcia.
EFE
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar