O volume de cheques sem fundos aumentou em fevereiro, na comparação com janeiro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (21) pela empresa de análise de crédito Serasa Experian.
As despesas de início de ano - como IPTU, IPVA e reajustes em mensalidades escolares – e o crédito mais caro, devido à alta dos juros básicos – a Selic –, empurraram os consumidores para o cheque, de acordo com a pesquisa.
O percentual de cheques devolvidos em todo o país por insuficiência de fundos ficou em 1,83% no0 mês passado, na comparação mensal, contra 1,70% em relação a janeiro.
- Os cheques sem fundos voltaram a subir em fevereiro 2010, na comparação com janeiro, por conta do maior comprometimento de renda do consumidor com dívidas. Neste período, as compras parceladas no Natal, os gastos nas férias e as despesas típicas de início de ano (IPTU, IPVA e despesas escolares) pressionam o orçamento familiar e abrem espaço para os cheques sem fundos.
Além disso, diz a Serasa, o aumento da Selic, que é a referência para todas as demais taxas de juros praticadas no país, complicou as finanças do brasileiro no período.
O Banco Central tem elevado a taxa básica como forma de combater a inflação – através do encarecimento do crédito e, consequentemente, da inibição do consumo.
Os consumidores com dívidas mais caras - como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito, por a exemplo – tiveram, assim, menos recursos disponíveis para o pagamento de outros compromissos e apelaram para o cheque.
A perspectiva é de que os cheques sem fundos possam aumentar nos meses de março e maio, quando historicamente ocorrem picos. Para o 2º semestre, o indicador estará sujeito à intensidade do aperto monetário e seu sucesso em reduzir a inflação – além do ritmo do endividamento do consumidor.
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