A pesquisa anual sobre crédito, realizada pela Fecomércio-RJ/ Ipsos, mostra que de 2009 para 2010 o financiamento direto na loja perdeu espaço para os cartões de crédito. Enquanto no ano passado 56% dos entrevistados parcelavam as compras com as lojas, apenas 26% dividiam no cartão. Neste ano, o pagamento a prazo inverteu: a loja é a opção de 37% e o cartão de 44%. O empréstimo pessoal em banco aparece em terceiro lugar sendo preferido por 16%. Empréstimo em financeira, consignado e nas lojas aparecem no fim da lista.
Esse comportamento foi impulsionado, principalmente, pelas classes C, D e E. Nesse período a participação da classe C que financia direto na loja caiu 26 pontos percentuais e a da classe D/E diminuiu 22 pontos. Em compensação subiu 17 e 20 pontos percentuais os que têm cartão de crédito nas classes C e D/E, respectivamente.
O avanço é resultado do crescimento do emprego formal, que contribui para o aumento da parcela dos brasileiros com conta bancária: 49% em 2010. Há um ano eram 36%. “Emprego e renda têm sido os pilares da evolução sustentável que vemos no crédito. Ao entrar no sistema bancário o brasileiro tem acesso a um volume maior e diverso de crédito. O reflexo disso no comércio vem sob a forma do aumento da intenção de compra que subiu 5 pontos percentuais de maio de 2009 para o mesmo período deste ano”, afirma João Carlos Gomes, coordenador do Núcleo Econômico e de Pesquisas da Fecomércio-RJ.
A relação positiva entre o bom desempenho do mercado de trabalho, a disseminação do acesso à conta bancária e a trajetória favorável da inadimplência confluem para a maior utilização do cartão de crédito. Essa modalidade de pagamento, quando não está sujeita à inadimplência, apresenta juros mais baixos. Prova disso é que os juros menores estão entre as principais razões que estimularam o brasileiro a trocar suas formas de crédito. No ano passado esse era o motivo para 27% dos entrevistados, com salto para 37% em 2010. Mesmo assim, 82% dos entrevistados consideram as taxas de manutenção e de anuidade de seus cartões abusivas, sendo que 64% por serem taxas muito elevadas e 18% por considerarem que deveria haver apenas uma taxa e não duas.
A pesquisa é realizada anualmente em mil domicílios de 70 cidades brasileiras, incluindo nove regiões metropolitanas.
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