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Brasileira é a maior especialista em vulcões do mundo

8 Mar 2010 - 15h43Por Ministério da Ciência e Tecnologia

O talento e a determinação brasileira ganharam espaço no exterior e em outros planetas. A pesquisa espacial, por exemplo, conta com a experiência da carioca Rosaly Lopes.

A ex-Garota de Ipanema, trabalha no Laboratório de Propulsão a Jato da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), na Califórnia, há 20 anos. Ainda jovem trocou a Cidade Maravilhosa pelo sonho de desvendar os mistérios do Universo.

Apoiada pela família, Rosaly saiu do Rio de Janeiro, aos 18 anos, para estudar astronomia na Universidade de Londres, Inglaterra, pela falta de recursos no Brasil na época. Lá, se encantou com os vulcões ao cursar uma disciplina sobre a geologia dos planetas.

Ela Integrou uma equipe de pesquisadores na Itália e, em 1989, passou a fazer parte do quadro da Nasa, onde teve a oportunidade de estudar vulcões em outros planetas.   

A vocação já era visível aos quatro anos de idade, quando ficava grudada na televisão em busca de curiosidades planetárias.

Hoje, aos 53 anos, Rosaly está à frente da Missão Cassini, que explora, com um satélite, o planeta Saturno e suas luas.

A brasileira coordena um radar utilizado para enxergar através da atmosfera de nuvens que envolvem o planeta gigante. Atua como cientista-representante do equipamento propondo as observações a serem feitas.

A missão estava planejada para durar quatro anos, mas foi estendida pela Nasa até 2017 devido aos resultados satisfatórios.

Vulcões
Rosaly é considerada uma das maiores especialistas em vulcões do mundo. Ela encontrou 71 deles ativos em Io, lua de Júpiter. Por esse feito, entrou para o Guiness americano, o livro dos recordes.

A astrônoma considera “importante estudar os processos vulcânicos de outros planetas por funcionarem como laboratórios naturais para entender melhor os processos geológicos na Terra”, além da paixão pessoal.

Sobre o tema, ela escreveu quatro livros. Entre eles, The Volcano Adventure Guide, publicado pela Cambridge University Press, traduzido em português com o título de Turismo de Aventuras em Vulcões, e publicado pela editora Oficina do Texto.

A obra traça uma trajetória turística dos vulcões terrestres e serve de orientação para quem quer saber um pouco mais sobre assunto.

“Antes desse livro não tinha nenhuma publicação que dissesse como visitar um vulcão ativo. O que é perigoso ou não. As pessoas me diziam, em palestras, que queriam visitar e fotografar um vulcão. Então, entendi que tinha uma necessidade de atender o público leigo”, justifica.

Mulher premiada
Em 2009, a brasileira foi premiada pela instituição Wings Worldquest, de Nova Iorque, e estava entre as cinco cientistas agraciadas com o Women of Discovery. Recebeu também o prêmio Carl Sagan, da Sociedade Astronômica Americana, em 2005; concedido a cientistas ativos voltados à divulgação da ciência. 

Pelas atividades educacionais junto ao público de países hispânicos e da América Latina, foi consagrada, em 1991, com um prêmio outorgado pelo governo mexicano. Em 1997, foi eleita por uma rede latina de televisão de Miami, a mulher do ano, na área de ciência e tecnologia.

A cientista diz não ter sofrido preconceitos ou empecilhos na carreira nos Estados Unidos por ser mulher e estrangeira.

E o fato de ser uma cientista requisitada, não a impediu de cumprir o papel de mãe. Rosaly quando não está de olho no espaço, procura focar a atenção no filho Thomas Nicholas, de 16 anos.

“É uma questão de prioridades, sempre tenho muito trabalho, mas o tempo que passamos juntos é muito importante, não pela quantidade, mas pela qualidade”.

Rosaly afirma que o filho também se beneficiou com o sucesso de sua carreira. “Pude dar oportunidades a ele que muitas crianças não têm.

Ele participa de palestras, conhece muitos cientistas e viaja para muitos lugares do mundo comigo. Thomas tem uma visão de mulher que pode ser cientista, independente e bem-sucedida”, conta.  

Para a brasileira, que conquistou o planeta e agora desbrava o Universo, a referência de força e de determinação vem das mulheres da sua família.

A avó, Hilda, era professora num tempo em que poucas mulheres tinham profissão ou estudavam. A mãe, Luísa, de acordo com a família, foi a primeira mulher no Brasil a terminar a escola secundária. “

Ela tinha um livro autografado pelo Imperador Pedro II. Depois que o marido faleceu, ficou com muitas dificuldades financeiras, mas insistiu para que todos os filhos (e filhas) estudassem”.

Conexão Brasil
No Brasil, Rosaly é bastante conhecida pela mídia. Também auxilia professores que montaram uma base de lançamento de foguetes experimentais em Recife (PE), para estudantes secundários e universitários. Ela ressalta a boa impressão que teve dos jovens pernambucanos. “

A juventude de lá quer estudar ciência e tecnologia, seguir a carreira e está se desenvolvendo muito. Então, se puder ajudar e inspirar pessoas, é muito bom pra mim; mesmo que não seja na minha área, onde não tem muito campo no Brasil”, diz.

Sem esquecer suas raízes, ela costuma viajar periodicamente ao Brasil. Em homenagem ao seu País, sugeriu a União Internacional de Astronomia (IAU) que nomeasse dois vulcões de Io com nomes de deuses da mitologia indígena brasileira: Tupan, deus do trovão, e Monan, deus do Fogo.

Em lembrança aos dias de Garota de Ipanema, incluiu o nome do compositor da canção com mesmo nome, Tom Jobim, no banco de sugestões para descobertas no planeta Mercúrio.

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