O Brasil subiu cinco posições no ranking anual de corrupção compilado pela organização Transparência Internacional (TI), divulgado em Berlim, Alemanha, nesta terça-feira.
O País recebeu este ano 3,7 pontos, numa escala de 0 a 10, passando da 80ª colocação em 2008, para o 75º lugar entre 180 nações analisadas, posição compartilhada com Colômbia, Peru e Suriname.
Apesar da melhora, o Brasil continua entre os países com índice alto de percepção de corrupção. O Brasil está apenas quatro posições à frente de Burkina Faso, China, Suazilândia e Trinidad e Tobago.
O índice é calculado com base em pesquisas feitas por instituições de renome, que ouviram especialistas e empresários, convidados a dar sua opinião sobre a percepção que têm da corrupção existente entre funcionários públicos e políticos de seus países.
A situação do Brasil é comparável à da América Latina como um todo: 21 dos 31 países da região incluídos no levantamento receberam pontuação abaixo de 5, indicando problemas sérios de corrupção. Nove deles não passaram dos 3 pontos, marco indicativo de corrupção desenfreada.
"Economias líderes na região que deveriam se tornar bastiões anticorrupção, foram sacudidos por escândalos envolvendo impunidade, subornos, corrupção política e abuso da máquina pública", diz o documento.
Com exceção da Guatemala, nenhum país da região registrou melhora significativa em sua pontuação.
O documento diz que instituições frágeis, práticas governamentais indevidas e influência excessiva de interesses privados continuam a minar esforços para promover desenvolvimento igualitário e sustentável na América Latina.
Além disso, acrescenta o relatório, jornalistas da região enfrentam um ambiente de restrições crescentes, com muitos países aprovando legislações destinadas a silenciar a cobertura crítica, o que limita a liberdade de imprensa e as possibilidades de divulgar as práticas de corrupção e seus impactos.
Ainda de acordo com a Transparência, a crise financeira expôs a importância de boa governança nos setores público e privado e das relações entre os dois setores, levando em conta os pacotes de estímulos que estão injetando grandes quantias de dinheiro nas economias afetadas.
O ranking mundial teve poucas alterações significativas. Nova Zelândia (terceiro lugar no ano passado) lidera o ranking atual, seguida da Dinamarca (líder em 2008). Cingapura passou do quarto para o terceiro lugar, dividindo a posição com a Suécia, que caiu da segunda colocação no ano passado.
Entre os países no final da lista estão nações marcadas por instabilidade política ou guerras, como Somália, Afeganistão e Mianmar.
O resultado nesses países, segundo a ONG, demonstra que nações tidas como as mais corruptas são também as que mais sofrem com conflitos longos, que destróem sua infraestrututa govermanental.
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