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Brasil deve ter neste ano o menor superávit comercial da era Lula

2 Jan 2010 - 08h55Por Estadão
Se as previsões das consultorias se confirmarem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despedirá do poder com o pior saldo de balança comercial do seu governo. A média das estimativas do mercado aponta para um superávit de US$ 12 bilhões em 2010, embora muitos apostem em US$ 5 bilhões e não descartem déficit.


Até agora, os resultados mais fracos da balança nos mandatos de Lula ocorreram em 2003, 2008 e 2009, com saldos próximos a US$ 25 bilhões. O superávit mais robusto foi atingido em 2005, com quase US$ 45 bilhões. Em 2009, o impacto da crise global não foi tão expressivo no saldo comercial, porque, apesar do recuo das exportações, as importações brasileiras também caíram muito.


Apesar do cenário pessimista para 2010, o desempenho do governo petista no quesito superávit comercial é melhor que o do antecessor Fernando Henrique Cardoso, que amargou seis anos consecutivos de déficits desde 1995, provocados pelas diversas crises internacionais e pela paridade cambial com o dólar adotada no início do Plano Real para controlar a inflação.

A preocupação dos analistas é que um pequeno saldo na balança em 2010 agrave o déficit em transações correntes, que pode atingir 2% a 3% do PIB em 2010. Em 1999, no governo FHC, o déficit chegou a 4,2% do PIB. Os analistas acreditam que o resultado negativo do próximo ano será facilmente financiado pela forte entrada de investimento estrangeiro direto, já que o Brasil "é a bola da vez". "Mas é um cenário desconfortável, porque a deterioração é rápida", disse o economista do JP Morgan, Julio Callegari.


O governo não divulga uma previsão oficial para o saldo da balança comercial brasileira, mas o Banco Central (BC) estima que possa atingir US$ 15 bilhões em 2010. Para o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, o número do BC é "razoável", mas que o superávit pode superar esse valor no ano que vem. "Com a melhora dos mercados internacionais e com o esforço no comércio exterior, esse saldo vai ser um pouco melhor", disse. Jorge tem repetido que não acredita nas previsões "catastrofistas" dos analistas.


O principal motivo de redução do saldo comercial é positivo: o bom desempenho previsto para o PIB, que deve crescer entre 5% e 6%. Uma economia mais forte impulsiona a demanda por importações, principalmente de insumos e máquinas. O Bradesco prevê um crescimento de 40% das importações em 2010, para US$ 179,5 bilhões, o que resultaria em um superávit de US$ 3,9 bilhões.

"Teremos uma forte recuperação da atividade em 2010, com destaque para o investimento, o que estimula a importação de máquinas", disse o economista da LCA Consultores, Francisco Pessoa. O consumo também deve crescer com vigor, puxado pelo crescimento do emprego, da massa salarial e do crédito. A LCA aposta em superávit de US$ 8,8 bilhões no ano que vem.

O economista-chefe da RC Consultores, Fábio Silveira, ressalta que, a partir do momento em que o País acelera o ritmo, as importações crescem acentuadamente, porque os fabricantes de bens intermediários não tem oferta suficiente para atender a demanda do País por insumos, principalmente nos setores siderúrgico, químico, máquinas e equipamentos elétricos e eletrônicos. "A velocidade de crescimento da importação é espantosa", disse.


A valorização do real também deve contribuir para o crescimento da importação, principalmente de bens de consumo, uma categoria com peso menos significativo nas compras externas totais do País. Nas matérias-primas, o câmbio forte vai estimular a troca de fornecedores nacionais por estrangeiros. Mas os analistas avaliam que o impacto da demanda doméstica será mais decisivo que o câmbio para as importações.


O vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior, José Augusto de Castro, prevê um superávit de US$ 12 bilhões em 2010, resultado de US$ 170 bilhões em exportações e US$ 158 bilhões em importações. Ele estima um crescimento de 11% para as vendas externas e 23% para as compras. "É uma unanimidade no mercado que as importações vão crescer mais que as exportações", disse.


Os especialistas em comércio exterior não descartam déficit no último ano do governo Lula. Para o departamento econômico do Bradesco, basta o PIB crescer mais que o esperado para que o sinal seja invertido. Castro, da AEB, ponderou que pequenas variações nos preços das commodities podem ser suficientes para uma mudança de superávit em déficit. "Há muita volatilidade e possibilidade de surpresa em 2010", disse.

As exportações, que salvaram a balança comercial brasileira em 2007, 2008 e 2009, não devem ter uma contribuição tão importante no próximo ano. Conforme a consultoria Rosemberg&Associados, as vendas externas do País vão crescer apenas 12,6% em 2010, para US$ 171 bilhões. Dois motivos explicam o pequeno aumento: a recuperação do preço das commodities e a retomada gradual dos mercados dos países ricos. "Mas, para a exportação de manufaturados, o ano ainda será muito complicado", disse a economista da Rosemberg, Fernanda Feil.

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