A forte expansão da frota veicular nos últimos anos não foi acompanhada de expansão similar na oferta de combustíveis.
Prova disso é o expressivo aumento das importações, como mostra a balança comercial deste mês.
Além da óbvia necessidade de maiores investimentos na produção dos combustíveis tradicionais (e da implantação de melhores incentivos no caso do etanol), esse quadro traz à pauta o biodiesel.
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial do combustível, ficando atrás apenas da França e da Alemanha.
Com apenas 47% da capacidade industrial instalada, o Brasil consegue atender a demanda de biodiesel para cumprir a venda de diesel B5 (mistura de 95% de diesel e 5% de biodiesel).
Aliás, o B5 já está em vigor no país desde o início de 2010, três anos antes do estabelecido pelo programa do governo para o setor.
Hoje, são necessários aproximadamente 2,5 bilhões de litros de biodiesel para atender o B5.
Contudo, da mesma forma que o etanol tem dificuldades para ter sua produção expandida, também o biodiesel enfrenta problemas: a falta de uma definição de data para a implantação do B10 -o que facilitaria o planejamento da expansão das usinas- e a busca por fontes alternativas de energia.
O óleo de soja tem sido a fonte predominante para a produção do biodiesel brasileiro. Para atender o B10, a produção de óleo de soja precisaria ser aumentada em mais de 60% do que é hoje.
Além disso, o fato de o óleo de soja ser a matéria-prima predominante para a fabricação do biodiesel acaba por encarecê-lo, já que os preços externos do grão estão em níveis bastante elevados.
Segundo a Fecombustíveis, o litro do biodiesel puro, sem impostos, seria o dobro do diesel. Com isso, a mistura seria proporcionalmente mais cara conforme a participação do biodiesel.
Apesar disso, o biodiesel tem diversas vantagens, entre as quais a principal é o seu caráter ecologicamente correto, tanto pelas menores emissões de gás carbônico como de outros gases tóxicos.
Não obstante, com a alta dos preços internacionais do petróleo, não tardará o momento em que os preços internos do diesel precisarão ser revistos.
No longo prazo, com preços ascendentes dos derivados do petróleo, o biodiesel poderá ser alternativa interessante -e o país tem potencial para se tornar o maior produtor mundial. Mais um setor que vale a pena ser monitorado de perto.
Thaís Marzola Zara é economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados e mestre em economia pela USP.
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