Os bancos públicos federais superaram as instituições privadas nacionais em tamanho e em lucratividade, segundo dados dos balanços referentes ao terceiro trimestre deste ano organizados pelo Banco Central.
Esses resultados foram obtidos, principalmente, pelo bom desempenho do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que recebeu grande aporte de recursos da União para aumentar seus empréstimos durante o período mais agudo da crise.
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Também contribuiu para isso a consolidação das aquisições realizadas pelo Banco do Brasil, que comprou a Nossa Caixa e metade do banco Votorantim.
Os ativos dessas duas instituições, somados aos da Caixa Econômica Federal, do Banco da Amazônia e do Banco do Nordeste, chegaram a R$ 1,39 trilhão no final de setembro. No final desse mesmo mês, instituições privadas de controle nacional listadas pelo BC possuíam R$ 1,34 trilhão.
Há três meses, os bancos nacionais privados ainda superavam as instituições públicas em ativos. Não entram nessa conta os bancos privados de controle estrangeiro que atuam no país, como Santander e HSBC, que possuem mais R$ 685 bilhões.
O levantamento também mostra que o lucro do BNDES ajudou as cinco instituições federais a registrar, juntas, um ganho maior que os bancos privados nacionais. Enquanto o lucro dos grupos estatais foi de R$ 5,3 bilhões nesses três meses, os agentes privados nacionais tiveram ganho de R$ 4,9 bilhões. No final do trimestre passado, antes dessa virada, esses bancos privados acumulavam lucro 75% acima do registrado pelos federais.
Política de governo
Uma das explicações para essas mudanças é o avanço dos bancos públicos no crédito nos últimos 12 meses. Depois de liderarem o mercado de empréstimos no país por cinco anos seguidos, os bancos privados nacionais e estrangeiros perderam espaço para as instituições estatais, cujo ativos e lucros cresceram com o aumento nos empréstimos. Esse avanço foi uma determinação do governo para evitar uma recessão maior na virada do ano. Houve até mesmo mudanças na presidência do BB, a maior instituição do país, diante da política do banco de acompanhar os bancos privados na redução do crédito e no aumento dos juros.
Desde junho de 2004, os bancos privados vinham puxando a alta do crédito no país e a sua carteira foi se distanciando das instituições públicas. Em setembro do ano passado, a diferença entre os dois segmentos chegou a 30%. A partir daí, no entanto, essa distância começou a encolher. Em setembro deste ano, o estoque de financiamentos dos dois segmentos estava praticamente empatado.
De acordo com o BC, já há sinais, nos últimos meses, de que os bancos privados estejam reagindo a esse movimento. Um dos fatores que podem facilitar essa retomada é o esgotamento da capacidade de empréstimos das instituições estatais, que estão correndo contra o tempo para se capitalizar.
Além disso, a expectativa é que, em 2010, a economia brasileira volte a apresentar níveis de crescimento próximos do verificado no período anterior à crise.
Para o economista João Augusto Salles, da Consultoria Lopes Filho, esse crescimento dos bancos públicos foi uma exceção verificada em um período de crise, mas que deve se reverter a partir da retomada da economia brasileira já a partir de 2010. "Isso foi uma anomalia do mercado em razão da crise. Os bancos públicos, por ordem do controlador, emprestaram sem muito critério e vão ter de rever suas políticas. Agora, é a vez dos bancos privados."
De acordo com o analista da área de bancos Luiz Miguel Santacreu, da Austin Rating, o setor público não pode financiar sozinho o crescimento da economia esperado para os próximos anos. "O Banco do Brasil e a Caixa queimaram bastante combustível. O setor privado tem mais gasolina no tanque e um potencial maior para crescer no crédito."
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