Depois de exatos trinta dias de negociações, a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) rejeitou nesta quinta-feira 22 de setembro a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2010, como o reajuste de 11%.
Os bancos apresentaram apenas a proposta de reposição da inflação dos últimos 12 meses, que é de 4,29% segundo o INPC.
O Comando Nacional considera essa postura dos bancos um desrespeito aos bancários e orienta os sindicatos a reforçarem a convocação das assembleias do 28, para a deflagração da greve nacional por tempo indeterminado a partir do dia 29.
"O que os bancos estão fazendo é uma provocação aos bancários. A economia está crescendo como nunca, o lucro dos bancos aumentou em média 32% no primeiro semestre e eles oferecem apenas a reposição da inflação", critica Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional. "Com essa posição, os bancos não estão apostando no diálogo e sim na greve."
Os representantes dos bancos disseram na negociação desta quarta-feira que "o reajuste salarial de 11% é exageradamente alto".
O Comando Nacional reafirmou as reivindicações da categoria e deixou claro que, além dos avanços econômicos (como aumento real de salário, melhoria na PLR e valorização dos pisos), os bancários exigem melhores condições de trabalho e preservação da saúde, principalmente o fim das metas abusivas e do assédio moral, além de medidas que preservem o emprego.
O Comando Nacional encaminhará documento à Fenaban reafirmando a pauta de reivindicações da categoria e dando prazo até a segunda-feira 27 de setembro para apresentação de nova proposta que possa ser apreciada nas assembleias do dia 28.
O que os bancários reivindicam
As principais demandas dos bancários são:
11% de reajuste salarial.
Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
Previdência complementar em todos os bancos.
Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.
Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização dos correspondentes bancários.
Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
Planos de carreira, cargos e salários (PCCS) em todos os bancos.
Negociações com BB e Caixa
O Comando Nacional volta a se reunir separadamente nesta quinta-feira 23 com as direções do Banco do Brasil e da Caixa, em São Paulo, para discutir as pautas de reivindicações específicas dos dois bancos públicos federais
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