Manifestantes foram às ruas recolher assinaturas e pedir o fim do projeto que está prestes a ser votado no Senado
Assinaturas serão encaminhadas aos senadores de MS
Professores, acadêmicos e profissionais da saúde realizaram ontem
Pelo projeto, apenas médicos estão autorizados a diagnosticar doenças e prescrever tratamentos. As outras 13 categorias da área da saúde, não. Fisioterapeutas, biomédicos, enfermeiros e psicólogos, entre outros, afirmam que perderão sua autonomia de atuação caso o projeto seja aprovado e sancionado pelo presidente Lula.
O manifesto de ontem teve apitaço na capital e distribuição de panfletos. Os manifestantes tomaram as principais ruas de Campo Grande. O movimento foi organizado pelo Conselho Regional de Psicologia. Já em Dourados, quem tomou frente do manifesto foi a Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Unigran. Com cartazes e faixas, acadêmicos e professores da área da saúde tomaram as ruas, quando os semáforos fechavam. Acadêmicos da UFGD e Uems também participaram. O objetivo foi chamar a atenção da população.
Segundo profissionais da saúde, o projeto prejudica as outras 14 profissões não-médicos que, a partir da aprovação da lei, dependerão de prescrição médica para qualquer tipo de diagnóstico ou tratamento. Psicóloga há 7 anos, Aletéia Henklain Ferruzzi, professora da Unigran, diz que o Ato Médico é uma tentativa de organizar a profissão dos médicos. Contudo irá prejudicar as demais. “Isso acontecendo o paciente só poderá procurar o psicólogo, o nutricionista e demais atendimentos terapêuticos com a prescrição médica”, criticou.
Ao mesmo tempo que o manifesto era realizado, assinaturas eram colhidas para abaixo-assinado. Os municípios da região também estão colhendo assinaturas, bem como a capital. Todas elas serão encaminhadas para os senadores de Mato Grosso do Sul, Valter Pereira, Delcídio do Amaral e Marida Serrano.
“Um profissional não trabalha sozinho. Seria uma responsabilidade muito grande para o médico. Lutamos tanto pelo SUS, pela transdisciplinaridade da saúde e agora um projeto quer derrubar essa conquista, que é do povo. Isso é uma visão ditatorial, percebida até por muitos médicos”, finalizou a professora do curso de Farmácia, Ana Cláudia Raminelli.
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