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Algodão: tradição preservada há 50 anos em G. de Dourados

30 Mar 2007 - 14h29
O plantio de algodão em Glória de Dourados, resultado da demarcação de lotes da Cand (Colônia Agrícola Nacional de Dourados), implantada em 1943, pelo presidente da República Getúlio Vargas, foi uma das marcas do município. Além de colocar-se como uma das bases da economia local, também manteve Glória de Dourados no pódio de um dos maiores produtores do Centro-Oeste.

A produção decaiu, perdendo espaço para a diversificação rural, principalmente, o plantio de mandioca e bovinocultura de leite. As dificuldades levaram os mini e pequenos produtores a abrir mão do cultivo do caroço de algodão. Alguns pioneiros afirmam que, apesar dos prejuízos causados pelo aumento das pragas, a inviabilidade da produção artesanal, utilizada na época, perdeu espaço pelo alto custo de produção e a baixa rentabilidade nos rendimento de lucros. Também, na atualidade, o surgimento de novas tecnologias, associada com outras variedades de sementes apropriadas para a colheita mecanizada.

Meio a tudo isto, Glória de Dourados ainda mantém o plantio de algodão em seu município, preservado por alguns pioneiros que preservam a tradição da década de 60. Entre tantos, José Marciano Dias, 66 anos, um pioneiro que se destaca pela perseverança. Conhecido, popularmente, como “Percílio’, esse pioneiro chegou em Glória de Dourados, em 1965. Alojou-se na 7ª linha, quilômetro 5, poente, mudando-se em seguida para a 8ª linha, quilômetro 5, poente, onde permaneceu até os dias de hoje. Casou-se com Maria de Medeiros Dias, em 1960. Dessa união nasceram oito filhos, que residem no município de Diadema (SP), onde desenvolvem atividade profissional.

Percílio foi um dos iniciantes do cultivo de algodão no município, tradição que conserva há mais de 50 anos. Primeiramente, conta ele, chegou a cultivar em torno de 12 alqueires (aproximadamente 30 hectares, o que equivale à área de um lote, conforme estatuto da Colônia). Atualmente, planta cerca de 2,5 alqueires de algodão, com uma produção de 750 arrobas por safra. Seo.

Percilio  conta que, durante o processo de colheita, ainda realizada artesanalmente, sua propriedade gera, em média, 15 empregos diretos. “Na colheita, contrato a mão de obra dos amigos que residem nas proximidades”, ressalta, argumentando que, o cultivo da lavoura é de sua responsabilidade, feito pessoalmente. “O sítio possui uma formação geográfica apropriada para o cultivo de algodão, com boa topografia e apresentando um solo composto de tipo barro vermelho”, enfatiza.

MUNICÍPIO PRODUTOR
Seo Percílio afirma que, o município de Glória de Dourados, já foi considerado um grande produtor de algodão, chegando a ocupar 90% de sua área com a cultura. Lembra de pioneiros e fortes produtores que, com o passar do tempo, abandonaram a atividade. “As lavouras foram reduzindo aos poucos, abaladas por pragas”, recorda ele, citando a lagarta rosca (Agrotis spp.), os pulgões (Aphis gossypii e Myzus persicae), o tripes (Frankliniella spp.), o percevejo de renda (Gargaphia torresi), o curuquerê (Alabama argillacea), o bicudo (Anthonomus grandis), a lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens), as lagartas do gênero Spodoptera (S.frugiperda e S. eridania), a lagarta rosada (Pectinophora gossypiella), os ácaros (Tetranychus urticae, Polyphagotarsonemus latus), os percevejos (Horcias nobilellus e Dysdercus spp.) e a mosca branca (Bemisia tabaci), e outras.

O produtor fala, também, das novas espécies que surgiram, provindas de institutos de pesquisas do Brasil. “Assim, a produção artesanal foi perdendo terreno, permanecendo somente entre uma minoria, na qual estamos juntos”, pondera Percílio.

O CULTIVO
Apesar de todos os impasses, Marciano Dias reafirma que, a cultura do algodão é de grande expressão sócio-econômica aos setores primário e secundário do Brasil. “Todavia, as pragas constituem-se um dos fatores limitantes para sua exploração, caso não sejam tomadas medidas eficientes de controle”, assegura.

O algodão é uma cultura que não necessita de grandes volumes de água, durante o ciclo de desenvolvimento e final. “Deve-se programar a época de plantio, de forma que a colheita ocorra no período seco, evitando-se o comprometimento da qualidade da fibra colhida”, observa.

O teor de umidade do solo é de grande significação no momento do plantio, por facilitar as operações com o solo, favorecer a germinação das sementes e o desenvolvimento inicial das plantas, e ainda formar um stand adequado, razão por que é recomendado o plantio nas primeiras chuvas. Como conselho, seo Percílio chama a atenção para o estabelecimento adequado do algodoeiro, o que considera a chave do sucesso do empreendimento. “Tarefa das mais importantes, que requer cuidados do qual depende todo o processo produtivo, que compreende a época de semeadura, espaçamento adequado, adubação e semeadura”, finaliza. (Colaboração de Adauto Dias e Cláudio Xavier).
 
 
 
 
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