O preço do álcool deve subir em breve nas bombas nos postos. O combustível já está mais caro nas usinas. Nas últimas duas semanas, o litro do álcool subiu de R$ 0,82 para R$ 0,84 nas usinas, descontados os impostos, segundo o Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
O aumento já deve ser sentido no bolso do consumidor nas próximas semanas. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivado de Petróleo do Estado de São Paulo, as distribuidoras com certeza repassarão o reajuste para o consumidor. "Elas nem têm como não repassar", informou a assessoria de imprensa da entidade.
A razão para o aumento é que março é oficialmente o último mês da entressafra - período em que não se colhe cana-de-açúcar - e a quantidade de álcool ofertada no mercado está menor.
Nas próximas semanas, a colheita e a moagem da cana-de-açúcar já começam em algumas fazendas, dando início à nova safra. "É um aumento esperado. A oferta diminuiu e a demanda continuou crescendo", diz Marta Cristina Marjotta-Maistro, pesquisadora do Cepea.
Apesar da alta no preço, a entressafra foi considerada tranqüila em relação à do ano passado, segundo o Cepea. Em março do ano passado, o álcool nas usinas chegou a ser vendido por R$ 1,24. "Este ano os preços nem chegaram a passar de R$ 1", diz.
O que garantiu a relativa estabilidade dos preços durante os meses da entressafra foi o aumento da oferta nos meses anteriores. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), houve um crescimento de 10,1% no total de cana moída na região Centro-Sul na safra 2006/07. Foram processadas 371 milhões de toneladas, produzindo 25,8 milhões de toneladas de açúcar e 15,9 bilhões de litros de álcool. O aumento da oferta de açúcar foi de 17% e de álcool, 11,2% em relação à safra anterior.
A procura pelo combustível também aumentou. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), em dezembro, distribuidoras comercializaram 45,7% a mais de álcool no estado de São Paulo que em dezembro de 2005. Já as vendas da gasolina comum utilizada nos carros diminuíram 1,43%, no mesmo período.
G1
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