Os policiais civis Edson Leite e João Osni Guimarães, o “João Caveira”, morreram na tarde de ontem num acidente de trânsito na avenida Filinto Müller, em Várzea Grande. O carro em que os dois estavam se espatifou contra um muro quando Caveira tentava levar o colega para o Pronto-Socorro. Edson fora baleado, segundo a polícia, numa troca de tiros no Posto 2006 da Rodovia dos Imigrantes. Durante o tiroteio, atingiu fatalmente Gilson Sílvio Alves, que morreu no local.
Há versões conflitantes sobre o tiroteio que antecedeu a morte dos dois policiais e que vitimou Gilson, de 33 anos.
De um lado, a polícia afirma que Edson e um outro policial civil, Maxwel Pereira, estavam realizando uma diligência (o objeto da investigação não foi informado) no posto e, quando foram abordar Gilson, ele tentou fugir. Considerado suspeito, ele entrou em luta corporal com Maxwel, quando conseguiu retirar a arma do policial e disparar contra uma perna dele e contra o abdômen de Edson, que revidou alvejando Gilson até a morte (três tiros nas costas, dois na cabeça e um na perna). Um policial militar socorreu Maxwel. Já Edson teria telefonado para João Caveira, que morava na região, e este foi com seu carro socorrer o colega. Em altíssima velocidade, na avenida Filinto Müller, ele acabou “patrolando” um quebra-molas, perdeu o controle do veículo e morreu ao se colidir contra um muro.
Do outro lado, a família de Gilson, que na tarde de ontem estava no Posto 2006 com sua esposa Josiane Carlos Santos, de 32 anos, afirma que o incidente no Posto 2006 foi consequência de um acerto de contas. A casa da família em Várzea Grande, no bairro Jardim Eldorado, foi roubada na última sexta-feira e Gilson teria agredido fisicamente um dos suspeitos pelo roubo, que teria ligações com Caveira.
A família explica que a polícia nada fez em relação ao roubo desde sexta-feira. No sábado, uma pessoa ligou informando os nomes dos ladrões, que seriam do mesmo bairro. A mesma pessoa, depois, ligou novamente, desta vez pedindo resgate pelos objetos roubados – como um videogame, um notebook e uma câmera fotográfica.
A família levou tudo ao conhecimento da polícia. No domingo, a casa foi apedrejada e um dos assaltantes – de nome Diego - teria ido tirar satisfações com a família na casa da mãe de Josiane. Gilson teria se irritado e o agredido fisicamente. Ontem de manhã, Gilson foi registrar um boletim de ocorrência relatando os fatos à Polícia Civil. Ainda ontem, a casa chegou a ser estranhamente rondada por uma Blazer preta supostamente da tia de um dos assaltantes, segundo familiares de Josiane.
CONTROVÉRSIA - Com medo, Josiane e Gilson foram para o Posto 2006, onde ele já trabalhou como gerente. Lá, o Golf preto de Caveira teria aparecido. Além dele, desceram Maxwel e Edson Leite. Ao vê-los atirando para cima, Gilson teria corrido para o mato com medo. Um entregador que estava no local naquele momento relata que, na confusão, somente os policiais atiraram. Ao contrário do que diz a polícia (segundo a qual Gilson pegou a pistola de Maxwel), os tiros que atingiram Edson e seu colega teriam sido “fogo amigo”; o entregador, que não quis se identificar, afirma que não viu arma ao lado do corpo de Gilson, que trabalhava com promoção de eventos. “Ela foi plantada lá, tenho certeza absoluta”.
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso, que ficará sob responsabilidade da delegada Silvia Pauluzzi. O delegado Antônio Carlos Garcia não soube informar de que se tratava a investigação no Posto 2006 que teria Gilson como suspeito.
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