As interceptações telefônicas realizadas durante a Operação Sangue Frio resultaram em denúncia contra quatro médicos por omitirem, em documentos oficiais, procedimentos executados durante cirurgia cardíaca em que um paciente morreu. A morte ocorreu no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em 2012.
Apesar do real motivo da morte ser “perfuração no ventrículo esquerdo”, foi declarada como causa diversa. Os médicos João Kackson e José Carlos Dorsa (este último, ex-diretor do hospital) foram gravados combinando a omissão do erro e alteração dos documentos oficiais do hospitais, para se esquivarem de eventual responsabilidade.
Outros cirurgiões que também atuaram neste mesmo procedimento, Guilherme Viotto e Augusto Daige, assinaram a suposta omissão da ocorrência, sonegada no atestado de óbito e no relatório geral de operação do HU.
Os quatro médicos foram denunciados pelo MPF por falsidade ideológica. João Jackson e José Carlos Dorsa também responderão por uso de documento falso. Eles teriam usado documento falso para se defender: eles foram investigados pelo Conselho Regional de Medicina de MS e, nos autos de sindicância, apresentaram laudo médico fraudulento para embasar suas defesas.
SANGUE FRIO
Durante a Operação Sangue Frio, foram apuradas várias irregularidades ocorridas na Fundação Carmem Prudente, que administra o Hospital do Câncer, como cobrança do Sistema Único de Saúde de procedimentos de alto custo após o óbito dos pacientes; e acordo com farmácia com indício de superfaturamento.
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