Câncer mais comum entre as mulheres e o segundo mais frequente no mundo, o câncer de mama tem índices que aterrorizam: são 57.120 novos casos estimados a cada ano no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e 13.345 mortes em decorrência da doença, segundo o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM).
Apesar de a hereditariedade ser responsável apenas por 10% do total de casos, o fato de uma mulher ter um parente de primeiro grau que desenvolveu a doença faz com que ela esteja em um grupo de pessoas que têm que conviver diariamente com o medo ainda maior de tê-la. Em paralelo ao sentimento de maior vulnerabilidade, vem a necessidade de cuidados especiais.
O recomendado é um acompanhamento médico a partir dos 35 anos, com a realização de mamografia e de exame físico por um profissional de saúde. Segundo a ginecologista Isabela Coutinho, além desses cuidados, é importante que a mulher faça o autoexame todos os meses. "Quando a pessoa conhece o seu peito, ela irá identificar mais facilmente se houver alguma anormalidade, algum caroço ou uma mudança na coloração, por exemplo. Então é bom que ela faça e que vá ao médico caso encontre algo", explica.
Apesar de ainda ser uma criança à época, a veterinária Gianete Barros, de 48 anos, viu sua avó lutar contra o câncer que, mesmo passando por tratamento, não resistiu e ela faleceu. Anos depois, foi a vez de sua mãe que, após descobrir a doença, teve que retirar um quadrante da mama. "O da minha mãe me pareceu algo mais leve. Ela ficou um pouco debilitada, mas se recuperou bem", lembra.
Segundo a ginecologista isabela Coutinho, é importante as mulheres fazerem o autoexame Foto: Mayra Cavalcanti/Especial para o NE10
"Fico muito apreensiva. Esse ano minha ginecologista me encaminhou para um mastologista, acredito que porque estou chegando aos 50 anos", diz. Gianete confessa que, por vezes não faz o autoexame por medo do resultado. "É mais por receio de encontrar algo. O que os olhos não veem, o coração não sente. Eu sei que deveria fazer mais e talvez no futuro me arrependa".
A bibliotecária Poliana do Nascimento, de 39 anos, faz o caminho inverso. Todos os anos ela procura fazer todos os exames e acompanha sempre com sua médica. Ela crê que essa é a melhor maneira de lidar com a hereditariedade. "Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, mais chances a paciente tem de o tratamento dar certo", afirma.
A história de Poliana não é muito diferente da de Gianete. Quando ela tinha 19 anos, sua mãe descobriu o câncer na mama. Passou pelo tratamento e se curou, mas anos depois faleceu em decorrência de um câncer no estômago. "Pelo que a gente viu, a situação de quem já passou por isso, a gente fica com receio, mas acredito que basta se cuidar, ir ao médico e fazer os exames que tudo vai dar certo", comenta.
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar