A partir de quarta-feira o atendimento de profissionais de enfermagem no Hospital Evangélico de Dourados deve ser reduzido para 30%. Isso é o que garantiu o Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) após assembleia dos trabalhadores e reunião realizada na manhã desta terça-feira (16) entre o presidente do sindicato, Lázaro Santana, e o superintendente do HE, Eliezer Branquinho.
“O Eliézer me disse que não tem como pagar e que depende de um repasse de uma verba do Ministério da Saúde, que tem que ser feito pela prefeitura, no valor de R$ 150 mil e que ainda não aconteceu. Portanto, seguindo o que foi definido em assembleia e conforme edital já publicado a partir de amanhã vamos reduzir o número de profissionais em 30% até que a situação se resolva”, afirmou Santana em entrevista ao Dourados News.
Conforme o sindicato, os mais de 200 profissionais de enfermagem do HE estão sem receber o pagamento referente a novembro e também o 13º salário. O atraso, ainda conforme o Siems, é rotina na vida dos profissionais e a situação está cada dia mais insustentável. O Dourados News inclusive vem acompanhando o caso (confira matérias relacionadas abaixo).
“Em nenhum hospital do Estado, seja ele público ou privado como é o caso do HE, observamos uma situação como essa. Essa situação é absurda. Percebemos uma má gestão da administração, porque não se programam para honrar seus compromissos e sempre justificam com a dependência de recursos dos serviços que prestam ao SUS [Sistema Único de Saúde], sendo que essa não é a única fonte de renda do hospital. Antes, alegavam que tinham problemas para pagar por causa da gestão que faziam sob o Hospital da Vida. Agora, que estão afastados, a pergunta que fica é: era mesmo o HV o problema? É uma vergonha”, criticou Santana.
Ainda de acordo com as informações do presidente do Siems, um contato foi feito com o secretário adjunto de saúde de Dourados, Márcio Figueiredo, e uma reunião foi marcada para que seja analisada a possibilidade da secretaria intervir.
“Vamos ver com o secretário adjunto se a situação é essa mesma de um repasse que falta para o HE e se isso pode acontecer o mais breve possível, para que os salários sejam colocados em dia”.
HE reconhece atraso, mas não aponta solução
Procurado pelo Dourados News, o superintendente do HE, Eliezer Branquinho, preferiu se manifestar por meio da assessoria de imprensa. A assessoria, por sua vez, limitou-se a dizer que a reunião entre o superintendente e o representante do Siems realmente aconteceu e que o problema gira em torno da falta do repasse de R$ 150 mil por parte da prefeitura.
Ainda de acordo com a assessoria, esse repasse não aconteceu porque o Ministério da Saúde atrasou o envio do recurso para a prefeitura, que por sua vez teria atrasado o repasse ao HE. Esse dinheiro seria referente a serviços prestados ao SUS por meio de um convênio em vigor entre a Secretaria Municipal de Saúde e o HE para atendimentos especializados.
Questionada sobre as acusações de má gestão por parte do Siems, a assessoria disse que não haveria qualquer posicionamento a respeito disso.
Também procurada pelo Dourados News, a assessoria de comunicação da prefeitura se comprometeu a encaminhar um posicionamento a respeito do caso, o que ainda não havia acontecido até a publicação desta matéria.
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