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DOR DA PERDA

“Foi um pedaço do meu coração que foi embora”, diz mãe que perdeu filho em acidente

Matéria especial de hoje da série de entrevistas do Nova News conta o drama de uma mãe que chora a morte do filho ocorrida no trânsito nova-andradinense

18 Mai 2018 - 08h58Por Nova News

Ver um filho partir é algo que nenhuma mãe quer ou está preparada para enfrentar. O adeus ao filho Felipe de Souza Magaroto, que morreu há 7 meses vítima de um trágico acidente, aos 21 anos de idade, é uma batalha diária contra uma dor que não passa na vida de Maria Aparecida Gomes de Souza Magarotto, a ‘Branca Cabeleireira’, como é mais conhecida.

Em uma das matérias mais difíceis de serem produzidas da série de entrevistas ao contar o drama de uma mãe que chora a morte do filho, o Nova News relembra o acidente do jovem Felipe que aconteceu no dia 1º de outubro de 2017. Pilotando uma Honda Titan, ele trafegava pela Avenida Alcides Menezes Faria quando, nas proximidades do Fórum, se chocou na traseira de uma carreta que estava estacionada no local e morreu na hora.

“Era uma noite de domingo. Naquele dia choveu quase o dia todo e eu até pedi para ele não sair de casa. Mas, como precisava levar a namorada em casa, ele saiu e nunca mais voltou”, relata Branca. “Lembro que tinha voltado da missa e acabei pegando no sono devido o tempo estar chuvoso. Algum tempo depois, em torno de 21h, fui acordada pela minha vizinha que contou do acidente. Meus familiares logo chegaram e me deram a notícia de que o meu filho tinha morrido”, desabafa.

 
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“A saudade do Felipe é para sempre, mas um pedaço dele está aqui entre nós”, afirma Branca com a neta Maria Clara de três meses no colo – Foto: Luciene Carvalho/Nova News
 

Perder um filho é, segundo Branca, uma das piores sensações que ela pôde experimentar em sua vida. “Quando me contaram que o Felipe morreu meu mundo acabou naquela hora. Foi um pedaço do meu coração que foi embora. Tem dia que a saudade é tão grande que acho que vou enlouquecer. O remédio para tanta dor é se apegar a Deus em busca de forças para nunca desistir”, diz a mãe.

A mão amiga de Deus não é o único apoio que ajudou Branca a se levantar. Logo após a morte do filho, ela descobriu que a ex-namorada de Felipe estava grávida. Eis que a Maria Clara, hoje com três meses, veio ao mundo e, para Branca, é um milagre que aconteceu em sua vida. “A saudade do Felipe é para sempre, mas um pedaço dele está aqui entre nós”, afirma.

Sonhos que se foram embora

No auge da mocidade, Felipe era mais um entre tantos que sonhava com um futuro pleno de realizações. Branca relata que ele começou a trabalhar desde cedo como menor aprendiz aos 16 anos de idade e algum tempo depois aprendeu a profissão de mecânico. “Ter a sua própria oficina era o grande sonho do meu filho”.

 
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Felipe de Souza Magaroto, com 21 anos de idade, morreu há 7 meses – Foto: Redes sociais

Dedicado e responsável em tudo que fazia, o filho do meio de Branca orgulhava toda a família. “Era um orgulho tê-lo como filho. Desde pequeno, ele sempre foi uma criança feliz e cresceu rodeado de muitos amigos por ser muito querido. O que eu mais apreciava no Felipe era o fato de ser um menino carinhoso, sorridente e, acima de tudo, respeitador com qualquer pessoa que se relacionava”.

Lembrando com tristeza os sonhos do filho que se foram embora, a cabeleireira relata que a moto que Felipe estava no dia do acidente foi a primeira que ele comprou com o próprio dinheiro que ganhava. “Como qualquer jovem, ele sonhava em ter a sua própria moto e eis que conseguiu realizar o que tanto almejava. Fazia apenas seis meses que ele tinha a comprado e ainda estava pagando até que o pior aconteceu”.

Uma fatalidade que poderia ter sido evitada

Relembrando o dia do acidente, Branca diz que vive com um nó garganta ao ter a convicção que a fatalidade com o filho poderia ter sido evitada. “Sem querer colocar a culpa em ninguém, mas apenas expondo os fatos, simplesmente o que aconteceu é que o motorista estacionou a carreta sem deixar o pisca-alerta ligado em pleno dia de chuva e em uma avenida que até é proibida o tráfego de veículos pesados. Pelo que relataram, o Felipe teria visto um carro saindo do Supermercado Bom Pai e jogou a moto toda para o lado quando bateu em cheio na carreta que não tinha nenhum tipo de sinalização”, desabafa a mãe do jovem.

 
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Acidente aconteceu na Avenida Alcides Menezes Faria próximo ao Fórum - Foto: Márcio Rogério/Nova News

Cenário de outros trágicos acidentes, a cabeleireira vê com a preocupação a falta de responsabilidade de condutores no trânsito de Nova Andradina. “Os acidentes não param de acontecer. Quantas mortes já ocorreram nessa mesma avenida, além de em toda a cidade? O que falta, do meu ponto de vista, é mais atenção e mais cuidado com o outro. Quando alguém morre, como aconteceu com o nosso Felipe, é uma família inteira destruída”, diz Branca ao falar que a dor pela partida do filho do meio é compartilhada com o marido José César e os outros dos filhos Amanda e Vitor.

Segundo Branca, o filho raramente bebia e exames comprovaram que no dia do acidente ele não tinha ingerido nenhuma gota de álcool. “As pessoas costumam culpar os envolvidos em um acidente como causadores do ocorrido. Mas, este não é o caso de Felipe que tinha uma vida regrada e era absolutamente responsável em tudo que fazia. Sobre o que levou à morte de Felipe, o médico legista me disse que ele sofreu um forte trauma torácico que afetou gravemente os seus órgãos internos. O que me conforta é que, segundo o médico, ele não sofreu na hora da sua morte”.

Carregando a dor eterna do filho que partiu, Branca não consegue se desprender de lembranças que faziam parte de sua rotina. “O quarto do Felipe ainda está do mesmo jeito e só mudou com o cheirinho da minha neta Maria Clara quando chegou a esta casa. No meu quarto, coloquei uma foto dele em meu guarda-roupa e todos os dias abro para dar um beijo em seu rostinho para tentar matar um pouco da saudade. O mais difícil hoje é não conseguir mais cozinhar como antes. Tenho medo de fazer as coisas que ele gostava e ficar mais triste ainda”.

 

Tem dia que a saudade é tão grande que acho que vou enlouquecer

Maria Aparecida Gomes de Souza Magarotto, a "Branca"

Se reerguendo a cada dia para superar a falta de Felipe, a mãe diz que foi necessário fazer terapia com uma psicóloga e está fazendo yoga para ocupar melhor a mente. “Com Deus acima de tudo para dar-me forças, tento seguir a vida. Uma semana depois do acidente voltei a trabalhar para me ocupar mais. Por mais dolorosa que seja a perda de Felipe, entendo que a vida tem que seguir, porque ainda tenho uma família que precisa de mim”, pontua.

Ao fim da entrevista, Branca contou que o último domingo, data em que foi comemorado o Dia das Mães, foi um dos mais difíceis para superar. “Como de costume em todos os domingos, acordei bem cedo e fui ao cemitério. Chorei bastante sem poder tê-lo aqui para me abraçar como sempre fazia não só no Dia das Mães, mas todos os dias em que estávamos juntos. Tenho a certeza que ele está em lugar melhor do que eu e um dia iremos nos reencontrar”, disse a mãe.

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