Caminhoneiros denunciam empresas que tentam burlar bloqueio colocando cargas em carros baixos

Caminhoneiros que bloqueiam as rodovias na região de Nova Andradina informaram ao Nova News que algumas empresas estão tentando burlar as barreiras, colocando cargas em caminhonetes e até em carros de passeio para passar pelos pontos de interdição.

Segundo os manifestantes, nas últimas horas, um curtume estaria com um caminhão de couro estacionado em uma oficina mecânica dentro de Nova Andradina, sendo que, os responsáveis pela empresa estariam descarregando os couros do caminhão e colocando nas carrocerias de caminhonetes para furar o bloqueio e chegar até a empresa, localizada na MS-276, saída para Ivinhema.

Os caminhoneiros perceberam a manobra e interceptaram duas caminhonetes, sendo que, um dos condutores conseguiu deixar o local, já o outro foi abordado e teve que interromper a viagem. Lideranças ligadas ao movimento denunciam ainda que algumas revendas de gás da cidade estariam indo até a entrada do Assentamento Santa Olga, também na MS-276, onde haveria um caminhão da distribuidora e, com uso de caminhonetes, trazendo botijões para serem vendidos.

Nas palavras dos manifestantes, caminhonetes vazias, carros de passeio e veículos de transporte de passageiros continuam com o tráfego liberado nos bloqueios, desde que não estejam transportando mercadorias destinadas ao comércio ou produtos para indústrias da região.

“Estamos atentos e não vamos permitir que nosso movimento seja boicotado. Quem tentar passar nos pontos de bloqueio com mercadorias e produtos, mesmo que estiver em carro baixo ou caminhonete será impedido de seguir viagem”, disse um dos líderes dos caminhoneiros na região.

Postos de combustíveis

Outra questão denunciada pelos caminhoneiros é com relação aos postos de combustíveis de Nova Andradina, uma vez que, segundo eles, alguns destes estabelecimentos estariam usando rotas alternativas para fazer com que os carregamentos cheguem às bombas.

Na manhã de quarta-feira (23), o Nova News foi a um posto localizado na Avenida Eurico Soares Andrade e obteve a informação de que, de fato, caminhões com combustível haviam chegado até a empresa através de estradas vicinais, desviando dos bloqueios, porém que, em solidariedade ao movimento dos caminhoneiros, o produto não seria descarregado.

Um representante da empresa havia dito ao site que quando acabasse o combustível das bombas, o que deveria ocorrer nas próximas horas, eles iriam cruzar os braços, garantindo que o produto dos caminhões não seria descarregado. No entanto, o Nova News recebeu informação de que a promessa não teria sido cumprida. “Eles descarregaram o combustível durante a noite para continuar vendendo”, disse um leitor do site.

Na manhã desta quinta-feira (24), o Nova News constatou que o referido posto ainda contava com combustível e que uma fila gigante de clientes se formou nas ruas próximas ao estabelecimento. Por outro lado, em contato com o gerente do posto, ele disse que os combustíveis dos caminhões não foi descarregado.

“Nós temos um pouco nas bombas porque estamos limitando a quantidade a, no máximo, 10 litros por cliente, mas ainda na manhã desta quinta gasolina e etanol chegam ao fim. 

O diesel deve durar um pouco mais, até o início da tarde”, disse, ao garantir que o combustível dos caminhões não foi nem será descarregado. “Os caminhões tanque estão aqui cheios e não vamos usar este combustível em apoio à causa dos caminhoneiros”, finalizou.

Em reportagem publicada nesta quarta-feira (23), o Nova News denunciou outros postos de Nova Andradina que aproveitam e escassez dos combustíveis para subir os preços. Em um estabelecimento localizado na Avenida Ivinhema, uma placa informava o valor da gasolina: R$ 4,90 o litro. A placa ironicamente trazia a inscrição: “promoção”.

Paralisação do comércio em Ivinhema

Através das redes sociais, o presidente da Associação Comercial de Ivinhema, Valentim Peixoto, convocou todos os estabelecimentos comercias do município para uma paralisação nesta quinta-feira (24) a partir das 15h. Os estabelecimentos deverão fechar as portas em adesão ao movimento dos caminhoneiros. “Os altos impostos do governo afetam todos os setores e por isso vamos nos unir”, disse Peixoto.