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Debate promovido pela CNBB é marcado por acusações de corrupção

Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) tiveram direito de resposta durante o encontro promovido pela CNBB em Aparecida

17 Set 2014 - 07h55Por Carta Capital

Em um debate cujo formato não permitia a discussão de ideias por parte dos candidatos ao Planalto, o tema corrupção foi o único que agitou o encontro promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Aparecida (SP). Em meio a uma troca de acusações, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) conseguiram direitos de resposta para se defender.

Aécio fez diversas acusações a Dilma e ao PT em uma tabela com o pastor Everaldo (PSC). De acordo com o tucano, a Petrobras foi “submetida à sanha de um grupo político que para se manter no poder permitiu que um vale tudo fosse feito” na estatal. Aécio afirmou que havia uma “organização criminosa” na Petrobras e fez referência a Paulo Roberto Costa, afirmando que ele comandava um esquema para financiar, com propinas, a base de sustentação do governo.

Na sequência, Aécio fez uma pergunta sobre educação para Luciana Genro (PSOL), mas recebeu como resposta uma série de críticas. “O senhor fala como se no governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção, quando na realidade nós sabemos que o PSDB foi o precursor do “mensalão”, afirmou a ex-deputada, antes de lembrar a compra de votos na emenda da reeleição durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o escândalo das privatizações e o escândalo do aeroporto em um terreno de um parente de Aécio em Minas Gerais.

Genro emendou a resposta criticando também as candidaturas de Dilma e Marina. “As empreiteiras que fizeram o escândalo de corrupção da Petrobras são as mesmas empreiteiras que financiam a sua campanha, financiam a campanha da Dilma, financiam a campanha da Marina", disse.

Em seu direito de resposta, Dilma se disse intolerante com a corrupção e afirmou que os governos do PT foram responsáveis por fortalecer as instituições responsáveis pelo combate aos desvios de dinheiro público, enquanto Aécio chamou Luciana Genro de "irrelevante" e a acusou de atuar como linha auxiliar do PT.

Marina Silva aproveitou a troca de farpas para reforçar sua posição de terceira via, alternativa à polarização PT-PSDB. "Quem vai ganhar as eleições é o cidadão brasileiro, que está disposto a fazer a mudança, que identifica no nosso projeto a verdadeira mudança para melhorar o país, dar uma nova governabilidade que não seja com base na distribuição de pedaços do Estado, para que os grupos que praticam a corrupção possam chamar de seus", afirmou a ex-senadora.

No primeiro bloco, a CNBB fez a mesma pergunta para todos os candidatos, a respeito do projeto de reforma política defendido pela entidade em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Os candidatos defenderam cada um suas propostas, mas Dilma Rouseff, Marina Silva, Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro se pronunciaram contra o financiamento de campanha por parte de empresas. Aécio Neves não falou sobre o tema, mas defendeu uma reforma política que anteceda as outras reformas e que inclua o voto distrital misto.

No segundo e no terceiro blocos, fizeram perguntas oito bispos selecionados pela CNBB e oito jornalistas de emissoras de inspiração católica. Neste momento, ficou clara a pauta da Igreja Católica, que mistura posições progressistas e conservadoras.

Quando os bispos questionaram os candidatos, cinco perguntas envolveram tópicos sociais, como direitos humanos, violência que vitima os jovens, desigualdade social, analfabetismo e direitos dos indígenas, temas geralmente ignorados nos debates da grande imprensa. Não houve troca de opiniões entre os candidatos, mas se destacaram Eduardo Jorge (PV), que lembrou a decrescente quantidade de terras indígenas demarcadas no País, e Luciana Genro (PSOL). Questionada sobre a separação entre Estado e Igreja, Genro disse que não iria “se converter ao sabor de uma necessidade eleitoral, como muitos candidatos fazem” e afirmou que “as políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma religião, a nenhuma crença”. Na sequência, a candidata do PSOL defendeu a união homoafetiva e o casamento civil igualitário.

No terceiro bloco, jornalistas questionaram os candidatos sobre assuntos diversos. Aécio Neves (PSDB) defendeu a criminalização da homofobia, mas não se comprometeu a apoiar ou não o polêmico plc 122, que foi aprovado na Câmara e parou no Senado diante da pressão de religiosos. Dilma Rousseff (PT) prometeu colocar em prática o “Mais Especialidades”, programa que seria uma extensão do Mais Médicos. Marina Silva (PSB) disse que vai fazer o governo federal se responsabilizar pelas obras de saneamento básico.

A pergunta sobre a questão carcerária deixou clara a posição progressista da Igreja no tema ao lembrar que o Brasil tem 500 mil detentos e não consegue dar tratamento digno a eles – o déficit é de cerca de 200 mil vagas. A pergunta foi sorteada para o Pastor Everaldo (PSC) e ele prometeu privatizar todo o sistema penitenciário do País.

Eduardo Jorge, por sua vez, falou sobre o aborto e defendeu a descriminalização da prática. Ele defendeu a expansão do planejamento familiar e a educação sexual para evitar a gravidez precoce, mas disse que, enquanto isso não acontece, não se pode “deixar abandonadas 800 mil mulheres que fazem interrupção de gravidez todo ano no Brasil, em condições precárias”. “Então a minha posição é pela revogação dessa lei cruel, machista, que considera criminosas 800 mil mulheres, a maioria delas católicas e evangélicas, que fazem interrupção da gravidez por algum motivo”, disse.

Também participaram do debate Levy Fidelix (PRTB) e José Maria Eymael (PSDC).

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