Jair Bolsonaro admitiu, neste sábado (02), que pegou a gravação das ligações da portaria do condomínio, onde possui uma residência no Rio de Janeiro, para que não fossem adulteradas. O presidente contou aos jornalistas durante uma visita a concessionária em Brasília, onde comprou uma motocicleta avaliada em R$ 33 mil reais.
"Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha", disse o presidente, reiterando que não está ligada ao assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em abril do ano passado.
Na última terça-feira (29), a TV Globo veiculou uma reportagem que dizia que um porteiro do condomínio contou à polícia que, horas antes do assassinato dos dois, o ex-policial militar Élcio Quieroz, suspeito de participação no crime, esteve no local e pediu para ir a casa que pertence ao presidente.
Apesar do que teria comunicado na portaria, Queiroz seguiu para a casa de Ronnie Lessa, outro suspeito do assassinato, no mesmo condomínio. Naquele horário, o então deputado Jair Bolsonaro estava em Brasília e participou de votações na Câmara no mesmo dia, conforme mostram registros de presença da casa.
Na quarta-feira (30), o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que obteve um áudio da investigação que contrariava a versão do porteiro, mostrando que foi Ronnie Lessa quem liberou a entrada de Élcio Queiroz e não alguém dentro da casa que pertence ao presidente. Queiroz e Lessa estão presos desde março deste ano por suposto envolvimento no caso.
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