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TRI GOVERNO

1979, o ano em que MS teve três governadores

Harry Amorim Costa, Londres Machado e Marcelo Miranda foram os governadores do MS em 1979

25 Mar 2019 - 09h51Por Redação Fatima News

Há exatos 40 anos, no dia 1 de janeiro de 1979, o estado de Mato Grosso do Sul foi implantado, após sessão solene ocorrida em Campo Grande, que contou com a presença do então presidente da República general Ernesto Geisel, alguns ministros, representantes de outros países, da sociedade sul-mato-grossense e, claro, do primeiro governador do estado, nomeado, Harry Amorim Costa.

Mas, a esperança que certamente contagiava muitas pessoas naquele início de ano (não é possível saber se contagiava a todos os habitantes, pois a criação do estado, em 1977, não se deu por meio de uma consulta popular), possivelmente diminuiu ao final de 1979, pois logo no início de seu funcionamento, Mato Grosso do Sul viu a cadeira de governador ser ocupada por 3 dirigentes: Harry Amorim Costa, Londres Machado e Marcelo Miranda Soares.

O engenheiro civil Harry Amorim foi a solução encontrada pelo presidente Ernesto Geisel, após os líderes do partido governista, a Arena, não chegarem a um consenso sobre o nome do ex-governador de Mato Grosso uno e então senador Pedro Pedrossian para ser o primeiro chefe do Executivo. Natural do Rio Grande do Sul, Harry Amorim era chefe do DNOS (Departamento Nacional de Obras de Saneamento) e havia realizado diversos serviços no então Sul de Mato Grosso, portanto, conhecia a região.

No comando Harry Amorim implantou um modelo técnico de administração, considerado pelo autor Jardel Barcellos como algo inédito no Brasil, deixando de lado muitos líderes que estavam acostumados com o modo de fazer política que vinha do antigo Mato Grosso. A historiografia política de Mato Grosso do Sul demonstra que este foi um dos fatores que levaram a sua queda, pouco mais de 5 meses depois. Assim, nesse curto tempo, pouca coisa pode ser realizada, mas cabe destacar algumas. Na área de infraestrutura, por exemplo, a primeira obra de saneamento da SANESUL, em Rio Negro; o início do asfaltamento da rodovia entre Campo Grande e Sidrolândia; a conclusão da pavimentação da rodovia MS 376, no trecho Dourados-Fátima do Sul-Vicentina. Na área da Segurança Pública houve a criação da Polícia Militar Rodoviária Estadual e na Educação a reforma de diversas escolas, bem como o início da elaboração do Estatuto do Magistério Público.

No entanto, o desejo do então senador Pedro Pedrossian de se tornar governador continuava vivo, e, poucos meses após a posse do novo presidente da República, general João Figueiredo, o último da ditadura militar, Pedro Pedrossian se articulou juntamente com o presidente e com os senadores Antônio Mendes Canale e Rachid Saldanha Derzi para depor o governador. Mais uma vez, o nome de Pedrossian não seria unanimidade e coube a ele indicar um de seus afilhados políticos, o então prefeito de Campo Grande, Marcelo Miranda Soares.

Harry Amorim Costa caiu no dia 12 de junho de 1979, e, como o estado não tinha a figura do vice-governador, coube ao presidente da Assembleia Legislativa deputado estadual Londres Machado (Arena) governar o estado interinamente até a posse de Marcelo Miranda.

Londres Machado, natural de Rio Brilhante, mas com base política em Fátima do Sul, desde 1966, exerceu a função de governador de 13 a 29 de junho daquele ano, e deixou uma marca ao assinar o Decreto 174 que criou o Plano Salarial do Magistério de Mato Grosso do Sul.

Com seu nome aprovado pelo Senado Federal para exercer o cargo de governador, Marcelo Miranda Soares, natural de Minas Gerais, mas residente no então Sul de Mato Grosso desde 1966, foi empossado no dia 30 de junho de 1979.

Seu governo retomou o modelo considerado tradicional de administração, onde se buscou acomodar em cargos líderes políticos e não técnicos como fizera Harry Amorim. Logo de início o novo governador teve que enfrentar um teste político, já que parlamentares da oposição, filiados ao PMDB, protocolaram um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa, tendo como justificativa o fato de estar administrando por Decreto, sem consultar o Legislativo.

Encerrado o ano de 1979, a população sul-mato-grossense havia experimentado 3 governadores em apenas 1 ano de implantação. Contudo, a surpresa maior estava reservada para o final de 1980. Após romper politicamente com o senador Pedro Pedrossian, Marcelo Miranda seria demitido e, finalmente, o senador assumiria o tão desejado cargo de governador. Foi dessa forma, entre disputas pelo poder, que nosso estado começou a caminhar com as próprias pernas.

Wagner Cordeiro Chagas[1]

 

[1] Mestre em História pela UFGD e professor em Fátima do Sul. Desenvolve pesquisa sobre a história política de MS desde 2007.

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