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PENA MÁXIMA

Pai, madrasta e outros dois réus são condenados pela morte do menino Bernardo

Tribunal do Júri considerou Leandro Boldrini, Graciele Ugulini e Edelvânia e Evandro Wirganovicz culpados. Cabe recurso. Menino foi morto há cinco anos por conta de uma superdosagem de medicação e teve o corpo enterrado em uma cova no interior de Frederic

16 Mar 2019 - 08h15Por G1

morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, em abril de 2014. Após cerca de 50 horas de julgamento popular, em cinco dias, a sentença foi proferida pela juíza Sucilene Engler Werle por volta das19h no Foro de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul.

Veja as penas

  • Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, teve a pena mais alta: 34anos e sete meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela não poderá recorrer em liberdade.
  • Leandro Boldrini, pai da criança, recebeu 33 anos e oito meses de prisão por homicídio doloso quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
  • Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, foi condenada a 22 anos e 10 meses por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
  • Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, pegou nove anos e seis meses em regime semiaberto por homicídio simples e ocultação de cadáver.

O G1 transmitiu o julgamento ao vivo.

Ao ouvirem o veredito, seguido das penas, os réus não esboçaram reação. O médico Leandro vestia uma camiseta assinada pela filha de seis anos com os dizeres: "Pai, eu sigo seus passos".

Réu Leandro Boldrini segue com camiseta em homenagem à filha de seis anos 
Os irmãos dele estavam presentes. Sentado em uma das cadeiras reservadas aos familiares, o mais velho balançava a cabeça em sinal de negação após ouvir o resultado. "Achei exagero. Me decepcionei com a decisão", confessou Paulo Boldrini ao G1. Ele disse que ainda acredita na inocência de Leandro.

Minutos depois, Edelvânia propôs um abraço entre irmãos. Separados por uma mesa, ela estendeu os braços em direção a Evandro, que retribuiu o gesto.

 
Os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz se abraçam minutos após leitura da sentença — Foto: Gabriel Garcia/RBS TV

Os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz se abraçam minutos após leitura da sentença — Foto: Gabriel Garcia/RBS TV

Do lado de fora do prédio, a comunidade esperava, ansiosa, pelo resultado, que foi comemorado pela maioria. A medida que o término do julgamento se aproximava, o movimento na avenida Júlio de Castilhos crescia. Dezenas de pessoas vestiam camisetas com a foto de Bernado e seguravam cartazes em homenagem ao menino.

Lida a sentença, parte da população saiu em caminhada até a casa onde Bernardo vivia, a algumas quadras dali. O objetivo era retirar os cartazes com pedidos por justiça que, há quase cinco anos, se acumulavam no local.

"A gente sempre comentou que quando a justiça fosse feita e tudo acabasse a gente ia tirar. Até para trazer paz para ele e para todos", justificou a ex-professora de Bernardo, Susana Ottonelli.

Moradores de Três Passos vestiram camisetas com a foto de Bernardo no último dia do julgamento — Foto: Joyce Heurich/G1

Moradores de Três Passos vestiram camisetas com a foto de Bernardo no último dia do julgamento — Foto: Joyce Heurich/G1

Os quatro já estavam presos e retornaram às penitenciárias após o julgamento. Cabe recurso (entenda abaixo).

Muitas pessoas, inclusive, pediram para tirar fotos ao lado dos promotores do Ministério Público quando o julgamento acabou e parabenizaram o trabalho da acusação.

Comunidade se reuniu em frente ao Fórum com cartazes em homenagem a Bernardo — Foto: Joyce Heurich/G1

Comunidade se reuniu em frente ao Fórum com cartazes em homenagem a Bernardo — Foto: Joyce Heurich/G1

Em entrevista coletiva após a o julgamento, a juíza Sucilene Engler comentou os cinco dias de júri. "Eu e minha equipe vínhamos nos preparando há tempos. Tínhamos 28 testemunhas arroladas, estávamos preparados para um julgamento longo", ressaltou ela. Houve desistências, sobrando 14 testemunhas, o que possibilitou o julgamento mais breve.

"A conduta valorada a ela foi um pouco mais grave", explicou. "Desde o início, eu senti um certo tratamento diferente talvez, todo mundo preocupado com o caso. Entendo que teve repercussão desde o início. Mas a forma como eu saio daqui hoje é a mesma forma como saio de qualquer outro júri", concluiu a juíza.

Sentença foi proferida pela juíza Sucilene Engler por volta das 19h em Três Passos — Foto: Joyce Heurich/G1

Sentença foi proferida pela juíza Sucilene Engler por volta das 19h em Três Passos — Foto: Joyce Heurich/G1

Acusação

Um dos promotores do caso, Bruno Bonamente, disse que o Tribunal do Júri fez justiça com a condenação dos quatro réus. "O MP avalia o resultado como excelente", pontuou ele, em entrevista coletiva com os colegas Silvia Jappe e Ederson Vieira.

Conforme Bonamente, o cálculo das penas e a possibilidade de recurso serão avaliados pelo MP.

Promotor Bruno Bonamente na fase de debates — Foto: Joyce Heurich/G1

Promotor Bruno Bonamente na fase de debates — Foto: Joyce Heurich/G1

Em um julgamento longo, marcado por intensos debates, a promotoria avalia que os resultados foram positivos, mas questionou algumas atitudes das defesas, como o fato de alguns réus se negarem a responder perguntas do MP. "O silêncio é um direito constitucional, mas nos sentimos cerceados", afirmou Ederson. Ele acrescentou que não vê chance para pedido de nulidade do julgamento.

O que dizem as defesas

Graciele Ugulini e Leandro Boldrini momentos antes da condenação — Foto: Joyce Heurich/G1

Graciele Ugulini e Leandro Boldrini momentos antes da condenação — Foto: Joyce Heurich/G1

O advogado de Leandro Boldrini, Ezequiel Vetoretti, não quis se manifestar sobre o resultado. Ele disse que a defesa ainda irá analisar se vai recorrer da decisão.

A defesa de Graciele Ugulini já adiantou que vai recorrer. "Vou recorrer por uma questão de ordem técnica, nós entendemos que tem uma problemática na montagem do Conselho de Sentença", afirmou ao G1 o advogado Vanderlei Pompeu de Mattos.

O advogado de Edelvânia Wirganovicz também irá recorrer. "Para tentar reduzir um pouco essa pena, analisar se tem alguma hipótese para anulação do júri", explicou o advogado Jean Severo, complementando que também tentará a absolvição de sua cliente no homicídio (em caso de anulação do júri).

 
Mãe e filha colam adesivo com foto de Bernardo em suas roupas pouco antes do término do julgamento — Foto: Joyce Heurich/G1

Mãe e filha colam adesivo com foto de Bernardo em suas roupas pouco antes do término do julgamento — Foto: Joyce Heurich/G1

Resumo

  • Bernardo foi morto no dia 4 de abril de 2014, e enterrado em uma cova cavada à mão.
  • O menino morava com o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini.
  • O corpo foi encontrado na noite de 14 de abril de 2014. Leandro, Graciele e Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, foram presos no dia.
  • A investigação apontou superdosagem do medicamento Midazolam como a causa. Os três foram indiciados.
  • No dia 10 de maio de 2014, o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, também foi preso.
  • A polícia divulgou vídeos de brigas entre Bernardo, Leandro e Graciele, e também conversas de familiares sobre o crime.
  • A denúncia do Ministério Público apontou que Graciele ministrou o remédio, com ajuda de Edelvânia. Leandro foi apontado como mentor e Evandro, como cúmplice.
  • Já na condição de réus, Leandro, Graciele e Edelvânia e Evandro foram pronunciados ao Tribunal do Júri.

Recurso

As partes podem recorrer da decisão, porém, o recurso não poderá passar uma condenação para absolvição e vice-versa. Para isso, seria necessário um novo julgamento popular.

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, que define se os réus são culpados ou inocentes, é formado por sete jurados, escolhidos dentre um grupo de 25 pessoas da comunidade já convocadas pela Justiça. No caso Bernardo, a avaliação coube a cinco homens e duas mulheres.

A partir da decisão dos jurados, a juíza que preside o Júri é quem aplica a pena e faz a leitura da sentença.

O julgamento

Fórum de Três Passos, onde acontece o julgamento do caso Bernardo — Foto: Carolina Cattaneo/G1

Fórum de Três Passos, onde acontece o julgamento do caso Bernardo — Foto: Carolina Cattaneo/G1

Foram cerca de 50 horas de sessões em cinco dias exaustivos para os envolvidos no julgamento, principalmente para testemunhas e jurados, que passaram a semana toda em um hotel, sem comunicação e acesso a notícias.

Nos últimos dias, houve debate entre defesa e acusação, os quatro réus foram interrogados e 11 testemunhas foram ouvidas - cinco arroladas pela acusação e sete arroladas pela defesa de Leandro Boldrini (uma delas falou tanto pela defesa quanto pela acusação).

Somente depois dessas etapas, o Tribunal do Júri chegou a uma decisão.

A semana começou com a oitiva de testemunhas. No primeiro dia, as delegadas Caroline Bamberg Machado e Cristiane de Moura Baucks, representando a acusação, deram relatos sobre a investigação policial da morte do menino.

Na terça-feira (12), outras seis testemunhas foram ouvidas. A primeira foi Juçara Marques Ribeiro Petry, que foi vizinha de Bernardo. Ele costumava passar dias na casa dela, a quem se referia carinhosamente como "Tia Ju". Segundo ela, a criança era negligenciada pela família.

Testemunha Juçara presta depoimento no segundo dia de julgamento do caso Bernardo — Foto: Reprodução/TJ-RS

Testemunha Juçara presta depoimento no segundo dia de julgamento do caso Bernardo — Foto: Reprodução/TJ-RS

A psicóloga que tratou Bernardo, Ariane Schmitt, corroborou o depoimento de Juçara. Definiu o pai Leandro como "pouquíssimo envolvido, tangencial, periférico, sem vínculo, sem empatia com a criança".

Testemunha de defesa, Lore Heller, que trabalhou na casa de Leandro enquanto ele vivia com Odilaine, disse que Boldrini era um bom pai.

A técnica de enfermagem Marlise Cecília Henz, que trabalhava diretamente com o pai de Bernardo no hospital e testemunhou pela defesa, classificou Leandro como um homem simples e Graciele uma mulher vaidosa. Marlise acrescentou que não sabia das histórias de que Bernardo era maltratado.

As últimas três testemunhas da defesa de Boldrini prestaram depoimento na quarta-feira (13). Uma delas foi um perito criminal grafotécnico aposentado contratado pelos advogados para analisar a rubrica que aparece na receita usada para comprar o Midazolam com rubricas de Leandro. A testemunha usou um telão para exibir imagens comparativas e defender que a receita não teria sido assinada pelo réu.

Perito viu indícios fortíssimos de falsificação na assinatura de Leandro em receituário de medicação — Foto: Reprodução

O Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul emitiu um laudo de análise inconclusiva. Segundo o órgão do governo do estado, não era possível determinar a autoria do traço.

Interrogatório dos réus:

Também na quarta-feira, a juíza deu início à fase dos interrogatórios dos réus. Boldrini foi o primeiro a ser ouvido. Ele negou as acusações, atribuiu o assassinato do filho a sua mulher Graciele Ugulini e a Edelvânia Wirganovicz e argumentou que só ficou sabendo da morte de Bernardo quando foi avisado pela polícia, no momento em que foi preso.

No dia seguinte, os demais réus foram ouvidos. Graciele disse que a morte do enteado foi “acidental” e que o menino teria tomado os medicamentos por conta própria. Ela assumiu ter enterrado o corpo, por desespero, segundo ela, junto com a amiga Edelvânia a quem teria implorado ajuda. A ré inocentou Evandro e Leandro, dizendo que a rubrica que seria do médico na receita usada para comprar o medicamento foi, na verdade, uma imitação feita por ela.

Graciele Ugulini chora ao falar sobre relação com Bernardo durante interrogatório no julgamento — Foto: Reprodução/TJ-RS

Graciele Ugulini chora ao falar sobre relação com Bernardo durante interrogatório no julgamento — Foto: Reprodução/TJ-RS

O réu Evandro foi o último a ser interrogado. Ele negou todas as acusações contra ele, disse que não participou do crime e que “não conhecia esse lado da irmã”. Alegou que mentiu, inicialmente, em depoimento à polícia sobre ter estado nas proximidades do local onde o corpo de Bernardo foi enterrado por medo de ser culpado pelo homicídio do menino, mas que estava em férias, pescando.

Os outros réus não indicaram testemunhas.

Fase de debates:

A reta final do julgamento começou na tarde de quinta-feira (14), quando o debate entre acusação e defesa teve início.

Ministério Público teve quatro horas para defender sua tesebuscando convencer os jurados. Durante a explanação dos promotores, foram exibidas fotos do cadáver da criança, em um dos momentos de maior comoção do julgamento popular. O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, retirou-se do salão do júri.

Na sequência, foi a vez das defesas apresentarem os contrapontos. Cada uma teve uma hora. A primeira a se manifestar foi a de Leandro, seguida pelo advogado de Graciele, Edelvânia e Evandro. A sessão terminou após a meia-noite e durou cerca de quinze horas.

Na sexta-feira, último dia de julgamento, como parte do rito, houve mais duas horas para réplica do MP e outras duas para tréplica das defesas.

Cinco anos de espera

Outdoor colocado na entrada da cidade de Três Passos pede justiça pela morte de Bernardo — Foto: Carolina Cattaneo/G1

Outdoor colocado na entrada da cidade de Três Passos pede justiça pela morte de Bernardo — Foto: Carolina Cattaneo/G1

Em uma padaria do lado oposto da avenida Júlio de Castilhos, a TV exibia o julgamento do caso desde segunda-feira (11). A funcionária Veridiana Laís Kluge diz que a clientela aumentou muito no local nos últimos dias conta disso e que os clientes paravam ali para fazer um lanche e assistir.

Um outdoor na entrada do município segue projetando a foto do menino ampliada com os dizeres: “Eles te calaram… Agora nós somos a sua voz”. Em frente a casa onde Bernardo morava, cartazes em homenagem a ele seguiam pendurados.

A denúncia

Morador de Três Passos, Bernardo Uglione Boldrini desapareceu no dia 4 de abril de 2014. Ele foi encontrado morto 10 dias depois, em uma cova vertical às margens de um riacho, em Frederico Westphalen. Laudos periciais atestaram a presença de Midazolam no estômago, rim e fígado do menino. A superdosagem do medicamento teria sido a causa da morte da criança.

No dia do desaparecimento de Bernardo, Graciele foi multada por excesso de velocidade na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A madrasta do menino trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada de Bernardo.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Graciele conduziu o enteado até Frederico Westphalen. Ao iniciar a viagem, ainda em Três Passos, ministrou-lhe, via oral, a substância Midazolam, sob o argumento de que era preciso evitar enjoos. Em seguida, já na cidade vizinha, Graciele encontrou a amiga Edelvânia Wirganovicz.

A denúncia ainda aponta que Evandro Wirganovicz foi o responsável por fazer a cova vertical, além de limpar o entorno do local, dois dias antes da morte de Bernardo, para facilitar o crime.

Leandro chegou a informar a polícia sobre o desaparecimento do filho, mas a investigação da promotoria apontou que ele já teria conhecimento que o filho estava morto e que teria ajudado a arquitetar o crime, inclusive rubricando e carimbando a receita do medicamento encontrado no organismo do filho.

Conforme o MP, em um vídeo, gravado no celular de Leandro, Graciele ameaça Bernardo, dizendo: “Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Eu prefiro apodrecer na cadeia a viver nesta casa contigo incomodando”.

Bernardo morava com o pai, a madrasta e a filha do casal, à época com cerca de um ano, em uma casa em Três Passos.

A mãe do menino, Odilaine, foi encontrada morta dentro da clínica do então marido anos antes, em fevereiro de 2010. A polícia havia concluído que ela cometeu suicídio com um revólver. Mas a defesa da mãe dela, Jussara Uglione, contestou a versão. O inquérito foi reaberto. Concluído em março de 2016, a nova investigação não apontou indícios de homicídio. Para a polícia, Odilaine se matou.

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