Segundo informações repassadas pelas autoridades, a Polícia Civil de Rosana (SP), concluiu nesta segunda-feira (30) a Operação Gupta, realizada em Nova Andradina (MS), Batayporã (MS), Dourados (MS), Fátima do Sul (MS), Naviraí (MS), Maringá (PR), Peruíbe (SP) e Guarulhos (SP).
A investigação policial, realizada em conjunto com a Delegacia da Polícia Federal de Dourados (MS), desmantelou uma organização criminosa que teria lucrado cerca de R$ 3 milhões com o tráfico interestadual de cocaína. Quatro pessoas foram presas.
A organização contava ainda com um sofisticado esquema que permitia a ocultação da cocaína no interior das cabines, impedindo quase por completo a sua localização.
Conforme a polícia, o uso da empresa transportadora ainda lhes permitia trafegar sempre em posse de notas fiscais de cargas lícitas, compatíveis com a rota de tráfico interestadual utilizada pela organização criminosa.
Foram realizadas, ao todo, quatro prisões e expedidos 15 mandados de buscas domiciliares.
Investigações
A operação foi realizada em três estados, com diligências nas cidades de Dourados (MS), Fátima do Sul (MS), Nova Andradina (MS), Batayporã (MS), Naviraí (MS), Maringá (PR), Peruíbe (SP) e Guarulhos (SP).
Em poder da organização criminosa, foram apreendidos cerca de 200 quilos de cocaína, uma arma de fogo e uma caixa de munições de calibre .380.
As investigações ainda apontaram que o líder da organização manteve, no passado, vínculos com o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, que ganhou o apelido de “Rei da Fronteira', por ter dominado o comércio de drogas na divisa com o Paraguai. Rafatt foi assassinado pelo crime organizado no ano de 2016.
Os trabalhos investigativos foram desenvolvidos por cerca de dois meses, período em que diversas diligências foram desenvolvidas pelos agentes federais e policiais civis paulistas.
Essa organização criminosa também manteve vínculo com um integrante de outra organização, preso no ano de 2018 durante a Operação Pit Stop, desencadeada pela Polícia Civil de São Paulo. Esse indivíduo era o responsável por introduzir drogas ilícitas em estepes de caminhões.
De acordo com a polícia, estima-se que a organização criminosa atuava havia cerca de seis anos e, durante esse tempo, transportou cerca de 15 toneladas de cocaína, lucrando mais de R$ 3 milhões.
O esquema
A droga era recebida pela organização e levada até residências de propriedade do líder criminoso, localizadas nas cidades de Fátima do Sul e Batayporã, onde era ocultada com tranquilidade no interior das cabines dos caminhões.
Em seguida, a droga era transportada até Peruíbe (SP), onde era entregue ao traficante responsável pela aquisição da cocaína.
Bens bloqueados
Após representação da Polícia Civil, com parecer favorável do Ministério Público, o Poder Judiciário determinou o sequestro e o bloqueio de dez veículos e dois imóveis. Os bens sequestrados e bloqueados pela Justiça foram avaliados em aproximadamente R$ 2 milhões, segundo a Polícia Civil.
O líder dessa organização criminosa negou os fatos a ele imputados e se recusou a colaborar com a investigação. Ele afirmou à polícia ser um empresário que apenas exercia atividades lícitas.
A Polícia Civil indiciou os investigados pelos crimes de tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico interestadual, porte ilegal de arma de fogo, posse ilegal de munição e falsidade ideológica.
Operação Gupta
O nome da operação é uma alusão ao império indiano que descobriu o açúcar cristal, carga que os traficantes ultimamente carregavam.
A ação também contou com o apoio da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, através das delegacias de Nova Andradina e de Fátima do Sul. (As informações são da Polícia Civil do Estado de São Paulo).
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