A Justiça Federal determinou a reintegração de posse de mais duas propriedades rurais ocupadas por índios às margens da Perimetral Norte, em Dourados. Apesar de já ter havido a desocupação de uma fazenda no início deste mês, ainda há mais áreas invadidas na região, porém com um número cada vez menor de índios que estão deixando a área também sem decisão judicial.
Uma das duas novas decisões foi expedida na sexta-feira (15), e trata da área que pertence a Nobuaki Sasaki. A outra foi expedida nesta segunda-feira (18), e está relacionada a propriedade de Adelina Oshiro. A determinação de uso de força policial para retirada dos índios ainda não chegou aos órgãos de segurança.
No dia sete deste mês, a Fazenda Cristal foi desocupada pela Polícia Federal com apoio de equipes do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), após mandado de reintegração de posse. Nessa ocasião, a desocupação foi pacífica.
Foi a primeira propriedade que teve a saída dos índios com decisão judicial. Porém, há outros sítios invadidos ainda.
O cumprimento do primeiro mandado de reintegração de posse contribuiu para reduzir a quantidade de índios ocupando propriedades no local. No entanto, o quantitativo de pessoas na ocupação já vem reduzindo gradativamente, mesmo sem intervenções da justiça.
De acordo com o tenente coronel Carlos Silva, comandante do 3º BPM, que vem acompanhando o caso em apoio à PF, a redução vem ocorrendo por dois motivos principais. "Teve a situação de Caarapó que fez muitos índios se deslocarem para lá, e tem também a questão de que a maioria dos índios [que estão na Perimetral] não é daqui [de Dourados]", afirmou.
Em Caarapó, o conflito de terra entre índios e produtores rurais teve início no dia 12 de junho. Há registro de ocupação de propriedades rurais por indígenas, confronto e mortes. O clima ficou tenso no local. Na semana passada, houve mais denúncias de ataques a índios.
Ocupação na Perimetral
A área às margens da Perimetral Norte em Dourados foi invadida por índios no final do mês de fevereiro. O clima também ficou tenso no local, que vinha sendo monitorado tanto pela PF quanto pela PM.
A ampliação das invasões e a presença de índios de fora de Dourados também foi denunciada à época das ocupações.
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