Os fazendeiros presos preventivamente por conta de investigação na morte de Clodiode Aquileu Rodrigues, em junho deste ano em Caraapó, receberam hoje habeas corpus para poderem deixar a prisão. Eles ficaram detidos por 75 dias e devem ganhar liberdade até amanhã de manhã.
Nelson Buainain Filho está no Presídio de Trânsito em Campo Grande enquanto Jesus Camacho, Virgílio Mattifogo, Eduardo Yashio Tominaga e Dionei Guedes ficaram reclusos em Dourados.
O ministro Marco Aurélio de Mello deferiu hoje a liminar do habeas corpus impetrado pela defesa de Nelson Buainain Filho em 19 de outubro, no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Gustavo Passareli informou que a decisão estendeu aos demais presos.
"Entendemos que não estavam presentes os requisitos que justificassem a prisão preventiva. Não há risco para o andamento processual ou para a sociedade", explicou o defensor.
Os cinco produtores rurais acabaram presos pela Polícia Federal em 18 de agosto, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão em quatro cidades: Dourados, Campo Grande, Caraapó e Laguna Carapã.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Dourados a pedido do Ministério Público (MPF), que conduz apuração sobre conflito indígena ocorrido na Fazenda Yvu. Eles foram expedidos em 5 de julho, mas cumpridos pela PF 40 dias depois.
TENSÃO
A invasão aconteceu em 12 de junho e dois dias depois, entre 200 e 300 pessoas foram ao local com armas e 40 caminhonetes para tentarem retomar a área. Houve confronto com os índios Guarani-Kaiowá e Clodiode Aquileu Rodrigues foi morto. A ocupação era feita por cerca de 50 índios e oito deles ficaram feridos.
ACUSAÇÃO
O MPF constatou que os fazendeiros presos tiveram envolvimento direto com o ataque e “podem incorrer nos crimes de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado”.
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