O número de apreensões de maconha na região de fronteira subiu 64% em relação ao ano passado, de acordo com levantamento divulgado na segunda-feira (18) pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira). O total corresponde a 8,5 toneladas a mais do que foi apreendido pelo órgão de segurança pública no mesmo período de 2014 e o que pode estar motivando o aumento é a safra da droga, em período de colheita no Paraguai e a audácia dos traficantes.
A maconha é cultivada como “produto” normal no país vizinho e de acordo com o comandante Ary Carlos Barbosa, é provável que as áreas plantadas tenham crescido ao analisar a quantidade do entorpecente que tem sido trazida para o Mato Grosso do Sul.
“Isso é algo que podemos considerar visto o quanto de apreensões temos feito nesta fase de entressafra”, destacou.
Ainda segundo o comandante, outro fator que motiva a situação é o atrevimento dos traficantes junto as novas e cada vez mais criativas formas de transporte da droga.
“Eles estão cada vez mais se arriscando a transportar grande quantia do entorpecente e de forma mais “evoluída” na tentativa de despistar os policiais. Para se ter uma ideia, em uma apreensão que fizemos em um veículo há alguns dias, a droga estava em uma placa de chumbo, o que faz que não seja identificada em raio x e com graxa ao redor o que engana os cães policias, mas, com o trabalho experiente da equipe conseguimos encontra-la”, contou.
Diante disso, o comandante cita que os policiais têm sido qualificados na área do combate ao tráfico de drogas para se atentar a situações como esta. “Temos que investir e conhecer mais destas técnicas e isso tem sido um diferencial para nossa atuação”, comentou.
Um fato recente demonstra essa audácia dos traficantes.
No dia 13 passado, a maior apreensão de droga do país em 2015 foi realizada em Ponta Porã pela PMRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual). Uma carreta carregada com maconha que contabilizou pouco mais de 17 toneladas foi flagrada na MS-164, região do assentamento Itamarati e era conduzida por um homem de 31 anos que afirmou nada saber.
Outro ponto que chama atenção no levantamento é o crescimento da atuação de mulheres e jovens/adolescentes no tráfico. Nesse aspecto o número elevou em 105% e 175% respectivamente.
Para o comandante o que justifica isso é a coação dos traficantes ao incentivá-los a prática criminosa.
“No caso das mulheres eles costumam afirmar a elas que pela beleza passarão despercebidas o que não é verdade. Já com os menores utilizam-se do diálogo para convencê-los que não pagarão por isso, técnicas assim”, ressaltou.
O comandante cita que as ações serão intensificadas neste período de colheita da maconha. “Temos reforçado o policiamento e estamos atento neste período que é crítico”, pontuou.
Outra ação da polícia acontece nesta área de atuação de forma preventiva. O projeto intitulado “Diga não ao crime”, tem sido ministrado nas escolas pelo DOF e segundo o comandante, vem sendo muito bem aceito.
“É algo voltado ao comunitário mostramos a eles como de fato é essa realidade para conscientizá-los a não irem por esse caminho criminoso”, ressaltou.
Para as escolas interessadas em receber a palestra é necessário entrar em contato com o DOF pelo email: dof.sejusp.cs@gmail.com.
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